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Para Rogério, ponto é 'opressão ao operário'
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
17/04/2011 | 08:44
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Caio Arruda/DGABC


No que depender da vontade do presidente da Câmara de Mauá, Rogério Santana (PT), a tentativa do líder comunitário do Jardim Oratório João Lopes, o João de Mauá (PMDB), em forçar a instalação do ponto eletrônico no Legislativo não deverá ser levada adiante. Ao comentar o assunto pela primeira vez, o petista indicou que a ideia oprimiria os servidores, e contrasta com as peculiaridades do poder público.

O mandatário baseou o posicionamento em sua convicção no socialismo. "É necessário para organizar. Mas do ponto de vista ideológico, penso que o ponto eletrônico sempre foi instrumento a serviço do capitalismo e de opressão ao operário", analisou. "Com certeza foi pensado pelo patrão."

Rogério também listou as peculiaridades do funcionalismo da Casa, que possui rotina diferenciada. Segundo ele, corriqueiramente assessores parlamentares saem em diligências com vereadores aos fins de semana ou à noite, mas não recebem hora-extra por isso, já que a legislação não permite. O horário de expediente é das 8h às 17h, de segunda e sexta-feira.

Ele atentou que a implementação do ponto geraria também a criação do sistema de banco de horas aos 198 funcionários da Câmara, questão que jamais foi debatida internamente. "É debate que poderíamos começar a fazer", admitiu, entretanto.

João de Mauá começou a circular abaixo-assinado na terça-feira como forma de pressionar Rogério a acatar a sugestão. Para o líder comunitário, o ponto eletrônico coibiria os "frequentes atrasos" dos servidores, além de identificar possíveis "funcionários fantasmas" (que não comparecem ao local de trabalho). Ele contestou a informação do vereador de que os assessores trabalham nas ruas. "Nunca vi ninguém."

A forma com que o peemedebista conduz o processo também desagrada ao petista. "Ele está sempre presente às sessões e poderia pedir uma agenda com a mesa diretora. Mas faz justamente o inverso, deflagrando o processo antes de conversarmos", salientou Rogério, que não rubricou o abaixo-assinado quando o documento lhe foi apresentado, na terça-feira. "Estava focado na sessão", justificou

João de Mauá, novamente, rebateu. "É só entrar em contato que converso com os vereadores, menos em dia de sessão (terças-feiras). Não vou ficar tomando chá de cadeira", avisou.

 

COLETA

Mesmo sem a participação do presidente, o líder comunitário garante já ter coletado 150 assinaturas. Amanhã irá ao centro da cidade para impulsionar o número. Não há previsão para que o abaixo-assinado seja entregue à direção da Câmara. Nenhum dos outros seis Legislativos do Grande ABC possui o aparato.




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