Política Titulo Compensação
Saulo mira concessão sem citar contrapartida

Prefeito de Ribeirão projeta implantação de
crematório e não prevê valor de investimento

Vitória Rocha
Especial para o Diário
25/03/2016 | 07:52
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Nario Barbosa 8/3/16


Sem estimativa inicial de possíveis investimentos, o projeto do prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), que autoriza o uso da área para construção de crematório local teve sua votação adiada por duas sessões. Desde que entrou na ordem do dia, há duas semanas, a proposta tem causado polêmica e falta de consenso entre os vereadores.

Sem o convencimento sobre os benefícios da proposta do Paço e pendendo para a rejeição da matéria, o presidente da Casa, Zé Nelson de Barros (PMDB), agora oficialmente na base aliada do prefeito, encerrou a sessão e adiou a votação para a próxima semana.

Segundo o líder do governo no Legislativo, Hércules Giarola (PMDB), a ideia é que o crematório substitua o cemitério municipal. “Já recebemos notificações da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) por conta de contaminação do solo e da possibilidade de contaminação dos lençóis freáticos e da Represa Billings, correndo o risco de termos o cemitério embargado, tendo que transportar nossos entes queridos para outro lugar. Então, o projeto foi lançado com o objetivo de resolver essa situação num primeiro momento”, explicou o parlamentar, em pedido para que os colegas votassem a favor da proposta.

O documento enviado à Câmara descreve a concessão gratuita por 50 anos de um terreno localizado na Rua Orlando Roncon, onde também está situado o cemitério de Ribeirão. De acordo com o projeto de lei, “será de responsabilidade do concessionário a obtenção de todas as licenças, aprovações e adequações ambientais exigidas”, atendendo as exigências do edital, que será elaborado, segundo a Prefeitura, depois da aprovação do texto pelo Legislativo.

A oposição não avaliza a ideia. O vereador e pré-candidato ao Paço pelo PT, Renato Foresto, discorda da gratuidade da área. “O prefeito tem obsessão em doar terreno público. Esse serviço (cremação) não é gratuito”, sustentou. Gabriel Roncon (PTB) também criticou a questão e falou do investimento em outras áreas.

Os parlamentares José Nelson da Paixão (PPS) e Eduardo Nogueira (SD) questionaram sobre as possibilidades de gratuidade para pessoas de baixa renda, uma vez que o serviço custa, em média, R$ 4.000.

Rebatendo às críticas, Hércules disse que os vereadores também poderiam sugerir soluções para o problema do cemitério e que as gratuidades para baixa renda poderiam ser avaliadas. “Pode haver o serviço gratuito, desde que o edital de licitação estabeleça, porque isso é da competência do Executivo. Sugiro também a convocação do secretário de Obras para esclarecer sobre o que está sendo feito na cidade.” 




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