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Escoteiros representam Grande ABC na Suécia
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
17/07/2011 | 07:27
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Três jovens escoteiros irão representar o Grande ABC na Suécia no fim do mês. Eles vão participar do 22° Jamboree Mundial, um grande acampamento que reúne 38 mil adolescentes do mundo todo com um único objetivo: fazer amigos.

José Marcos de Melo Júnior e Rayanne Soares de Andrade, ambos de 15 anos, fazem parte do Grupo Guaianazes, de São Bernardo, e Eduardo Minoru Nomura, também 15, é do Grupo João Ramalho, localizado em São Caetano.

Rayanne e Eduardo já estão no escotismo há cerca de oito anos. "O movimento mantém as raízes na natureza, mas também agimos dentro das cidades, principalmente em campanhas de prevenção às drogas, criminalidade, álcool e também na arrecadação anual de agasalhos", explicou o rapaz.

Rayanne garantiu que o escotismo moldou sua vida. "Ser escoteiro é aprender valores e conceitos de união, trabalho em equipe e respeito à liderança que são, inclusive, bem vistas no mercado de trabalho", disse a jovem.

A mãe dela, Patrícia Soares, 38, concordou. "Sempre gostei dos ideais do escotismo e, quando minha filha fez 7 anos, resolvi trazê-la ao grupo para ser lobinha", relembrou.

A filha gostou, e a mãe também: Patrícia é chefe da tropa escoteira do Guaianazes e conquistou a insígnia da madeira, grau máximo de formação de um escoteiro adulto. "Não tem idade ideal para fazer parte do movimento. Os conceitos valem por toda vida", garantiu. 

EVENTO
Os jovens partem no dia 23 para a Dinamarca, onde ficam hospedados por três dias. Depois, seguem para a Suécia para acampar e participar de atividades de integração e lazer por 10 dias.

O evento abordará temas ligados à juventude: religião, ciência, meio ambiente e direitos humanos, além de favorecer a interação entre as culturas. Os brasileiros, por exemplo, levarão um berimbau e terão a oportunidade de fazer comidas típicas do País e também de provar a culinária internacional dos demais participantes.

Na volta, os jovens passam mais um dia na Dinamarca antes de embarcar para o Brasil.

Na bagagem, trarão fotos, lenços, distintivos e outras lembranças dos amigos que fizeram. "Temos o hábito de levar objetos do grupo que possam ser trocados com outros grupos nestes eventos", destacou José Marcos, há quatro anos no movimento.

Mas os três escoteiros concordam que o que trarão de mais valioso da viagem serão as novas amizades, o que traduz o tema do Jamboree Mundial deste ano: Simplesmente Escotismo.

 

Lobinho teve origem na história de Mogli 

O escotismo surgiu na Inglaterra, em 1901, idealizado pelo militar Robert Stephenson Smyth Baden-Powell. Ao voltar de uma de suas campanhas internacionais, Baden-Powell notou que a juventude do país precisava de um novo rumo. Aos poucos, criou a ideia do escotismo e, no verão de 1907, levou 20 rapazes para a ilha de Brownsea no que seria o primeiro acampamento escotista de todos os tempos.

Os jovens da época gostaram e começaram a formar grupos de escotismo espalhados primeiro pela Inglaterra e depois pelo mundo.

No Brasil, os grupos devem ser registrados na União dos Escoteiros do Brasil. As subdivisões internas são feitas por idade. Dos sete anos 11 anos, as crianças são conhecidas como lobinhos; dos 11 aos 15, escoteiros, dos 15 aos 18, seniores e dos 18 aos 22, pioneiros. A partir de então, o escoteiro se torna chefe e, para continuar no grupo, tem que estudar bastante.

Embora haja vários subníveis dentro do grupo, o símbolo do escotismo é mesmo o lobinho. Sua origem se dá na história de Mogli, personagem do conto O Livro da Selva, de Rudyard Kipling.

Baden-Powell chegou a denominação por meio de pesquisas feitas com pedagogos sobre o que melhor representaria os conceitos que queria transmitir aos jovens. O lobo reúne diversas características aplicáveis ao ser humano que vive em sociedade, tais como a união na matilha, a caça em conjunto e o respeito ao líder.

É exatamente este tipo de escoteiro que Baden-Powell quer formar, e que ainda hoje sobrevive em vários países do mundo. São jovens que aprenderam a respeitar não apenas a natureza, mas também o meio onde vivem e os outros seres humanos. Lições muito valiosas e pouco difundidas entre a juventude de hoje em dia.




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