Marcelo é apenas um dos empresários que decidiram fazer negócios com o "inimigo". As indústrias aproveitam o dólar barato, que fechou a R$ 1,55 na sexta-feira, para importar máquinas, insumos e até produtos acabados. Conforme a Embaixada da China no Brasil, a concessão de vistos de negócios a brasileiros cresceu 57%, de 7.467 em 2009 para 11.724 de janeiro a outubro de 2010 (últimos dados disponíveis). Muitos empresários embarcam com visto de turista, cuja demanda avançou 37%, de 18.450 para 25.223.
Pequenos e médios empresários vão em "caravanas", já que a China não é um país fácil de visitar, por causa das barreiras de idioma e cultura. Essas missões comerciais se alastram pelo País e são organizadas pelas próprias federações de indústrias, que combatem a "invasão chinesa".
Três entidades se destacam nas viagens: a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Câmara Brasil-China e de Desenvolvimento Econômico (CBCDE). E o destino é o mesmo: Cantão, no sul da China. A feira de Cantão tem duas edições por ano - abril e outubro -, cada uma com três fases. A primeira fase é a mais procurada pelos brasileiros, porque concentra os fabricantes de máquinas. A feira é gigante. Na edição de outubro serão 1,13 milhão de metros quadrados com 57.136 estandes e 23.559 exibidores.
"Tentamos estimular a ida não só de empresas interessadas em comprar, mas de companhias que queiram vender produtos brasileiros. O objetivo é promover a exportação", diz Tatiana Porto, gerente de comércio exterior da CNI. "É importante o empresário entender como as indústrias chinesas funcionam." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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