A Associação dos Aposentados e Pensionistas Químicos do ABC comemorou 30 anos de fundação ontem reivindicando melhorias para a classe. Em assembleia comemorativa no Sindicato dos Químicos do ABC, o presidente da entidade, José Toneloto, afirmou que a categoria se reunirá em março para exigir igualdade no reajuste das pensões.

"Tivemos 6,14% neste ano por conta da inflação, enquanto o salário-mínimo aumentou 10%. Nossa briga é para igualar. Não estamos preocupados com o retroativo da defasagem, mas que estejamos com nossas pensões em dia. Se conseguirmos isso nos próximos cinco anos seria muito bom", diz Toneloto.

Segundo o presidente, o poder de compra dos aposentados caiu muito e a pouca variação nas pensões tem prejudicado a vida da classe, que sofre, principalmente, quando o assunto é saúde. "Sentimos na carne, porque quando o trabalhador está na ativa tem tudo, quando se aposenta, isso acaba e os proventos diminuem em 40% ou mais. Então, temos os salários reduzidos e ainda pagamos plano de saúde integralmente. Quando pegamos algo mais barato, a cobertura é muito ruim."

A busca por descontos em medicamentos é uma das grandes bandeiras dos aposentados químicos, que alertam que as farmácias populares da região não têm conseguido responder a demanda. "As farmácias públicas nunca têm os remédios necessários e ninguém oferece desconto para aposentados. Essa é uma briga grande que enfrentamos e que estamos trabalhando para mudar. A saúde é nossa principal preocupação", alerta.

Toneloto ressaltou a participação do grupo nas grandes conquistas para idosos, como a passagem livre para aposentados e isenção do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage, também comemorou a conquista da entidade filiada. "Os aposentados foram os fundadores do sindicato e nos conseguiram férias, 13º salário e data-base. Só temos de agradecer aos trabalhadores que construíram isso. Ao longo desses anos, temos desenvolvido uma série de atividades graças a essa parceria", diz.

UNIÃO - Na comemoração dos 30 anos da entidade, diversas associações prestigiaram os aposentados químicos e exaltaram que a união tem ajudado muito a categoria.

O presidente da Fapesp (Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo), Antonio Alves da Silva, afirmou que a parceria é vital para que os objetivos da categoria sejam alcançados. "Somos 25 milhões de aposentados e com trabalhadores ativos, somamos 200 milhões. A força de trabalho é grande e precisamos nos unir porque temos as mesmas bandeiras."

O presidente da Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), Warley Martins Gonçalles, brinca que atualmente os aposentados são os únicos a manifestar-se em prol de seus direitos. "Temos de dar parabéns aos 30 anos da associação, que luta hoje como os caras pintadas lutavam na era Collor. Estamos unindo movimentos, fazendo protestos para reivindicar o que é nosso."