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Especialistas são cautelosos quanto à expansão da cana
11/03/2007 | 22:07
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Ao contrário da euforia dos produtores e do governo com a perspectiva de produção recorde e crescimento na exportação do etanol, pesquisadores vêem com cautela a expansão da lavoura da cana-de-açúcar, por causa das implicações ambientais de longo prazo.

O físico Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás, alertou para o risco de o País voltar a ser uma “monocultura da cana”.

Apesar de emitir menos gases causadores do efeito estufa, o etanol produzido a partir da cana também emite gás carbônico quando queimado. “É bom que os Estados Unidos saiam do álcool de milho, mais poluente, para o álcool da cana, mas temos que cuidar para não sermos pressionados a voltar a ser uma monocultura da cana”, disse Pinguelli.

O agroclimatologista da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa em Agropecuária), Eduardo Assad, demonstrou preocupação com o fato de os estudos de viabilidade para plantação de novos canaviais estarem se concentrando no sul do Mato Grosso, mas precisamente na região do Pantanal Matogrossensse.

“Etanol é muito bom, mas quando aparecerem as células de hidrogênio, fonte alternativa de energia que já vêm sendo pesquisada nos países desenvolvidos, vamos perder mercado”, advertiu o pesquisador.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Assad acaba de concluir um estudo sobre o impacto do aquecimento global na plantação de cana-de-açúcar. A pesquisa, ainda não publicada em revistas científicas, aponta poucas alterações, já que é uma planta muito resistente ao calor e à seca. A principal mudança seria em São Paulo, onde o cultivo teria passar da região oeste para o leste do Estado.

Anteriormente, Assad já havia estudado as alterações climáticas no cultivo do arroz, feijão, soja milho e café.




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