A ação foi rápida. Três homens armados se aproximaram em baixa velocidade em um Chevette e, na rua Javri, fecharam o Palio em que estava o engenheiro. Um criminoso desceu do veículo e, com poucas palavras, exigiu que as crianças deixassem o carro. Em seguida, o homem assumiu a direção do carro e saiu em alta velocidade.
As crianças viram da calçada o pai ser levado para o cativeiro. Durante todo o percurso, seqüestrador e vítima foram escoltados pelos outros dois criminosos, que permaneceram no Chevette. Depois de um curto trajeto, a quadrilha chegou ao local onde o engenheiro seria mantido até o fim do dia: um imóvel inacabado com apenas quarto e banheiro.
Segundo a polícia, o acesso ao lugar era muito difícil. O cativeiro fica em um matagal. Para ser alcançado, é necessário percorrer cerca de 200 m de uma trilha formada junto à estrada do Montanhão, na periferia de São Bernardo. Do imóvel, foi feito o primeiro contato com a família do engenheiro, pouco depois de ele ter sido seqüestrado.
Na ligação, feita pelo telefone celular da vítima, os criminosos anunciaram o seqüestro e pediram um resgate de R$ 30 mil para libertá-lo. Até as 15h, pelo menos outras seis ligações teriam sido feitas para a família, sempre a partir do celular da vítima.
Os contatos eram sempre muito tensos e os seqüestradores não poupavam ameaças em caso de recusa do pagamento.
Na última conversa, os criminosos disseram à família que a bateria do celular estava terminando e que em breve voltariam a entrar em contato para passar o número de outro telefone, pelo qual seriam retomadas as negociações. Antes disso, o engenheiro e um único seqüestrador que o vigiava foram surpreendidos por um estranho no cativeiro.
O rapaz disse ao criminoso que havia “pintado sujeira”. Foi a senha para que os dois fugissem, abandonando o engenheiro. A vítima ainda ficou por alguns minutos no imóvel, sem saber o que havia acontecido, até que caminhou alguns metros e encontrou uma residência, de onde avisou a polícia sobre sua localização.
Até o fim da tarde desta quinta, os seqüestradores ainda permaneciam foragidos, segundo policiais da Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecente) de Santo André, onde foi aberto um inquérito para investigar o caso.
Informações sobre os criminosos podem ser feitas pelo telefone do Disque-Denúncia (0800-156315). Não é necessário se identificar.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.