Enquanto o Brasil ainda é incipiente na produçao de alimentos orgânicos (sem agrotóxicos) os Estados Unidos caminham a passos largos nessa direçao. Para se ter uma idéia, no ano passado, o segmento faturou US$ 6,5 bilhoes e a projeçao é de acréscimo de mais 20% em 2000, mantendo-se a taxa dos últimos anos. A informaçao é de Linda Lutz, coordenadora da Organic Trade Association, uma das principais organizaçoes dos Estados Unidos.

Esse mesmo mercado na Europa tem aumentado exatamente o dobro a cada ano batendo na casa dos 40%. "As pessoas estao cada vez mais preocupadas com a saúde. A gente vê mulheres grávidas vestindo camisas e participando desses movimentos nos Estados Unidos", conta Linda. Segundo ela, o Food Marketing Institute - FMI 2000 - que começou no dia 7 e termina nesta terça-feira, em Chicago, vem ganhando a cada ano mais expositores nesses segmentos. "Nesta feira o número de expositores chegou a dobrar em relaçao ao ano anterior", afirma.

No Brasil, a Usina Sao Francisco é uma das poucas empresas preocupadas com a produtos de alimentos orgânicos. A empresa exporta 95% de sua produçao com a marca Native para os Estados Unidos, principalmente para uma empresa de orgânicos do ator norte-americano Paul Neumann. O Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural de Botucatu (IBD) é uma das principais entidades que certificam alimentos de origem orgânica. A mato-grossense Café Roque, há 18 anos no mercado voltou sua atençao para a produçao de orgânicos substituindo os produtos tradicionais. A mudança, segundo uma fonte do setor, poderá agregar à receita dividendos 50% superiores aos obtidos no ano passado.