A imprensa americana concordou nesta quinta-feira de forma unânime que a saída do secretário de Defesa Donald Rumsfeld depois da vitória democrata nas legislativas do país é um sinal promissor de mudanças reais na política dos Estados Unidos no Iraque.

"Antes tarde do que nunca, Bush finalmente aceitou a demissão de Rumsfeld", afirma o jornal Los Angeles Times, resumindo a opinião de vários jornais americanos.

"Agora, depois da vitória dos democratas em uma eleição considerada com razão um referendo sobre o Iraque, Bush deve fazer mais do que apenas demitir Rumsfeld", enfatiza o jornal, destacando que, no entanto, o presidente continua falando de uma vitória no Iraque "em termos utópicos".

O jornal The New York Times também elogiou a saída de Rumsfeld, mas questionou a capacidade do presidente em conduzir uma nova política no Iraque. Se Bush não mudar sua estratégia, "então nem as eleições, nem a saída de Rumsfeld terão tido um verdadeiro impacto", diz o New York Times.

Por sua parte, o Washington Post parece mais confiante. A decisão de Bush é "um bom princípio e esta decisão é mais que um osso que precisa ser roído lançado a um eleitorado descontente".

O jornal USA Today considera que a saída de Rumsfeld é uma esperança de mudança de estratégia no Iraque, mas as palavras não são suficientes "Levando em conta o caos atual no Iraque, corre-se o risco de ser muito tarde para salvar algo. Mas a saída de Rumsfeld abre caminho para novas idéias e a vontade de Bush de levar isso em conta é um sinal alentador", escreve o jornal.

Apenas o jornal financeiro The Wall Street Journal vincula a decisão de Bush de aceitar a demissão de Rumsfeld como uma ‘aposentadoria’. "Reconhecemos que Rumsfeld é um sujeito político muito controvertido e que depois de seis anos Bush pode querer outra pessoaspara negociar com os democratas a política de defesa, mas o momento escolhido para a saída do secretário envia mais um sinal de retirada do que de determinação".