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Falta de higiene em casa leva crianças para abrigo em Diadema
Luciano Cavenagui
Da Sucursal de Diadema
24/10/2008 | 07:14
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Fernando Nonato / DGABC


Cinco crianças e um adolescente foram encontrados ontem em situação de risco dentro de um apartamento localizado na CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) do bairro Casa Grande, em Diadema. Por causa da falta de higiene no ambiente, os menores foram transferidos para um abrigo da Prefeitura.

O apartamento, localizado na Avenida Casa Grande, foi descoberto graças a uma denúncia anônima encaminhada à DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). Ontem pela manhã, ao chegarem ao local, policiais constataram as precárias condições no imóvel e acionaram o Conselho Tutelar.

No apartamento estavam quatro irmãos, entre 2 e 13 anos, além de outras duas crianças vizinhas, de 4 e 6 anos, que foram deixadas lá sob os cuidados da dona-de-casa A.M., 33 anos. No momento em que os investigadores chegaram, A. não estava, pois alegou ter ido comprar leite.

Cerca de 20 minutos depois, a dona-de-casa chegou e se surpreendeu com a presença da polícia e do Conselho Tutelar. Em um dos quartos, onde dormiam três menores, os colchões cheiravam a mofo.

Segundo a denúncia enviada, A. seria usuária de drogas e realizaria o consumo na frente das crianças. Entretanto, os policiais não encontraram nenhuma droga no local. A dona-de-casa também negou ser usuária. "Não uso droga nenhuma. O apartamento fica um pouco sujo porque são muitas crianças", defendeu-se.

Dos seus quatro filhos, três são do primeiro casamento. O marido atual trabalha como cozinheiro em São Bernardo e costuma visitar o apartamento somente uma vez por semana. Segundo A., ele garante o sustento da casa.

A respeito das duas crianças que não são seus filhos, a dona-de-casa afirmou que uma vizinha costuma deixá-las para ela cuidar. Essas crianças chegariam a ficar de um a dois dias com a dona-de-casa.

A. e os menores foram levados para a DDM. Um TC (Termo Circunstanciado) de maus-tratos foi elaborado e a dona-de-casa terá de
responder processo.

"O apartamento não oferecia nenhuma condição de abrigar os menores. A sujeira excessiva era evidente e tinha muitos alimentos em estado de decomposição. Em um ambiente desses, as crianças ficam expostas a doenças", afirmou o conselheiro tutelar William Paiva.

"A mãe e o marido vão passar por um processo de acompanhamento psicológico e de assistência social. As crianças vão retornar ao lar somente quando houver melhorias no ambiente. Sobre as outras duas crianças, precisamos encontrar seus pais para resolver a questão", afirmou o conselheiro.




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