O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, informou que a Petrobras irá se reunir com o governo boliviano na manhã desta quarta-feira para discutir a venda integral das duas refinarias na Bolívia.

Na reunião estarão presentes o presidente da estatal brasileira na Bolívia, José Fernando de Freitas, e o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, que solicitou o encontro.

O preço de venda das duas refinarias deverá ser o principal ponto de divergência entre os dois países. A proposta da Petrobras para a venda integral das ações das duas refinarias deve ficar entre US$ 120 milhões e US$ 160 milhões, valor três vezes maior do que a Bolívia estaria disposta a pagar.

Rondeau adotou um tom mais pacificador nesta terça e não disse se o clima das negociações melhorou com o anúncio de retirada da Petrobras da Bolívia, em resposta ao decreto de monopólio na exportação de petróleo de gasolina produzidos no país vizinho. Segundo o ministro, as negociações entre as duas partes estão “normais”.

Nesta segunda-feira, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, entregou ao governo boliviano uma proposta para a venda das duas refinarias de petróleo da companhia. Sem mencionar um valor exato, Gabrielli afirmou apenas que espera receber um “valor justo”.

Fim dos Investimentos – O diretor de Abastecimento e Refino da estatal brasileira, Paulo Roberto Costa, afirmou nesta terça que os investimentos da Petrobras na Bolívia estão parados e em fase de reavaliação, inclusive os destinados ao aumento da oferta de gás natural no país. Somente a produção mínima de gás essencial para abastecer o Brasil foi mantida.

“Os investimentos obviamente estão sub judice, inclusive os que visam à ampliação da oferta de gás no país. É claro que nós não vamos fazer novos investimentos lá sem saber o que vai acontecer. Eu diria que todos os investimentos serão reavaliados”, afirmou o diretor.