Para defender a administração de Santo André diante do início do embate eleitoral, a vice-prefeita e secretária de Governo, Dinah Zekcer (PTB), afirmou que na campanha de reeleição, em 2012, a principal bandeira levantada será a valorização do funcionalismo. A petebista enfatiza que o plano de governo está praticamente concluído e que até o fim do mandato serão finalizadas as execuções das promessas de 2008.

Dinah - que disputa com o secretário de Gabinete e de Saúde, Nilson Bonome, o posto de vice na chapa que será encabeçada pelo prefeito, Aidan Ravin (PTB), em 2012 -, exaltou que os servidores receberão 14% de reajuste até dezembro e os professores da rede municipal tiveram aumento salarial de 16%. "É o maior que já tiveram. Com o que nos comprometemos, estamos realizando." Segundo a vice-prefeita, apesar das críticas da oposição sobre falta de projetos, a inauguração do Poupatempo da Saúde, reforma de 53 escolas e construção de outras 11, e a criação de cinco mil vagas na Educação dão o tom do avanço da gestão. "São marcas que, apesar da dificuldade com verba, demos andamento."

Para a petebista, a frustração no governo tem sido a impossibilidade de implementação do PCCV (Plano de Carreiras, Cargos e Vencimentos) na Prefeitura. Ela justifica que o problema encontrado pelo sindicato é incompreensível. "Fizemos convênio com a FGV (Fundação Getúlio Vargas) para projetá-lo. Acompanhei umas dez vezes a apresentação e discussão, aberta para propostas. Porém, quando estava para ir à votação, o sindicato resolveu recuar." Questionada se o entrave pode se dar por articulação política, Dinah rechaçou. "É inverdade."

Utilizando slogan da reta final da campanha de 2008, a vice considera que o governo, de fato, virou a página. "Eles (oposição) dizem que não, mas já escrevemos a primeira, segunda e terceira páginas. Estamos de bom a melhor do que a gestão anterior (João Avamileno, PT - 2002 a 2008)."

Segundo ela, outra proposta que vai se concretizar até 2012 na cidade será o Poupatempo de serviços, projeto do governo do Estado, com contrapartida da área - o Paço adquiriu terreno por R$ 8,5 milhões. "Está tudo pronto no que diz respeito a documentação. Dou garantia. Diminuíram o tamanho, não vai ser tão grande como o de São Bernardo, mas com o mesmo tipo de atendimento."

Dinah frisa que o governo não está preocupado com o cenário eleitoral que está se desenhando. Na concepção da petebista, o que ficar definido está de bom tamanho. "Vamos discutir na base de realizações. Quando ganhamos não tínhamos nada. Não é só dinheiro que leva ascensão."

Petebista reclama da predileção da União a administrações do PT

Dinah Zekcer aproveitou entrevista exclusiva ao Diário para alfinetar a predileção do governo federal às cidades administradas pelo PT. Segundo a petebista, a liberação de recursos tem sido "generosa" aos aliados. Dinah considera que a gestão fica de mãos atadas para conseguir planejar a construção de novo hospital, a exemplo do Hospital de Clínicas de São Bernardo, que custará R$ 102 milhões, dos quais 80% virá da União.

Segundo ela, o montante em caixa dará só para ampliação do CHM (Centro Hospitalar Municipal), além de transformar as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) em minihospitais. "Novo, com 15 andares e verbinha que receberam, apenas em São Bernardo. Nós aqui agimos dentro das possibilidades. Na realidade dá para entender, o governo federal, é do PT, a Prefeitura é do PT e está sendo beneficiada. Também estamos, mas não na mesma proporção."

Até julho, a cidade governada por Luiz Marinho (PT) já havia conquistado liberação de quase R$ 56 milhões para desenvolvimento de projetos, enquanto Santo André teve de se contentar com R$ 9,6 milhões. Dinah salienta que não enxerga erro na parceria, desde que não prejudique o repasse. "Não estamos tendo as mesmas preferências do governo federal. Na época do William Dib (PSDB), nada chegava a São Bernardo, agora inverteu a situação."

Dinah compara que no município vizinho houve repasse rápido para cinco UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), e, por outro lado, em Santo André, agora é que a administração está angariando a liberação da verba. "Para cá veio pouquinho. A política é assim. Conseguimos para três unidades e outra (na Vila Luzita) vai ser arcada 100% com dinheiro do Paço."