A CPI dos Bingos fará no dia 30 o que é chamado de uma "superacareação" dos principais envolvidos na denúncia de extorsão que teria sido feita contra a multinacional Gtech do Brasil em abril de 2003, na renovação do contrato das loterias da empresa com a Caixa Econômica Federal (CEF). Requerimento do senador Magno Malta (PL-ES) convocou cinco pessoas ao mesmo tempo: o ex-subchefe da assessoria parlamentar da Presidência Waldomiro Diniz; o empresário de jogos eletrônicos, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira; o diretor da Gtech, Marcelo Rovai e os advogados Rogério Buratti e Enrico Gianelli.

Rovai acusou Waldomiro de encabeçar o esquema de extorsão, mediante a contratação de Buratti como intermediário da negociação para renovação do contrato. Já Cachoeira, teria apresentado Buratti aos dirigentes da Gtech, com o aval do Enrico Gianelli, que atendia à multinacional como advogado do escritório Fisher & Foster. Na ocasião, os senadores também vão questionar sobre a filmagem em que Waldomiro aparece cobrando propina de Cachoeira para si próprio e para a campanha de candidatos petistas. Também citado nesse esquema, o ex-secretário nacional de Comunicação do PT, Marcelo Sereno foi convocado para depor na terça-feira que vem. Na época da gravação da cena, ele era secretário de Fianças da então governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva.

A CPI convocou várias outras pessoas para depor. Por iniciativa do senador Tião Viana (PT-AC), a comissão vai ouvir, entre outros, o ex-ministro de Esportes e Turismo no governo de Fernando Henrique Cardoso, Rafael Greca, e o ex-diretor do Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto, Manoel Turbino. Para ganhar tempo, os senadores vão pedir à Polícia Federal colha o depoimento de 11 pessoas, entre elas a mulher de Buratti e dois de seus irmãos, respectivamente, Elza Buratti, Renato e Rosângela Buratti. A CPI ouvirá nesta quarta-feira duas outras pessoas citadas no caso Gtech, os diretores da Caixa Mário Haag e Valderi Albuquerque.