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São Paulo diminui pirataria em 14%
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
06/12/2006 | 22:01
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De cada 10 consumidores brasileiros, 7,4 compram sempre ou já adquiriram algum produto pirata junto ao comércio e, 90% afirmam que preferem esses artigos por causa do preço que, em média, é a metade do original. Essas são apenas algumas das constatações de pesquisa sobre o mercado pirata no país realizada pelo Ibope a pedido da Câmara de Comércio Americano e do Conselho Empresarial Brasil Estados Unidos em parceria com a Angardi (Associação Nacional pela Garantia dos Direitos Intelectuais).

Apenas nas categorias de roupas, tênis e brinquedos o faturamento de itens falsos cresceu 45% entre 2005 e 2006, dando salto de R$ 16 bilhões para R$ 23,2 bilhões. Os preços também subiram: em até 44% como é o caso dos brinquedos, resultado da sofisticação aliada aos custos de logística do país. No entanto, de uma praça para outra, a variação do valor do artigo é pequena, o que mostra a organização do mercado ilegal. A pesquisa também identificou outro agravante: esses produtos estão se sofisticando mais. Houve queda na percepção do consumidor quanto à identificação de um produto falsificado, pois apenas 65% dos entrevistados sabem diferenciar a cópia do original.

O mais contundente, no entanto, é que se o volume financeiro das três categorias estivesse no mercado formal, esse montante seria de R$ 46,4 bilhões, com outros custos e impostos. "O país deixa de arrecadar R$ 18,6 bilhões em tributos com o mercado pirata. Isso é o equivalente a 45% do déficit da Previdência Social", afirma Solange Mata Machado, representante da Câmara de Comércio Americano e do Conselho Empresarial Brasil Estados Unidos.

Enquanto a pirataria cresce 17% em faturamento no Brasil, mais de R$ 78 bilhões, a cidade de São Paulo está conseguindo coibir o mercado ilegal desses produtos. A Capital paulista registrou queda geral nas vendas de artigos falsos de 14% em relação ao ano passado. O volume financeiro movimentado pelo mercado de itens falsos diminuiu de R$ 921 milhões em 2005 para R$ 806 milhões em 2006. Apesar desse recuo, quatro em cada 10 paulistas tem como hábito de consumo a compra de produtos falsos, com maior incidência no caso de roupas.

Já no Rio de Janeiro o faturamento do comércio ilegal dobrou. Passou de R$ 235 milhões em 2005 para R$ 455 milhões em 2006. Segundo o estudo, em Belo Horizonte os números se mantiveram estáveis em função do sucesso das políticas de combate à pirataria.

Combate - Para Solange, as ações da Prefeitura e da Polícia Federal na Capital paulista estão mostrando os seus resultados. "É um trabalho muito importante que está surtindo efeito. Assim como o Porto de Santos que realiza um bom trabalho para diminuir a entrada de produtos ilegais no país", diz. A Angardi também trabalha com treinamento dos agentes aduaneiros e a educação de crianças e adolescentes para conscientizar os prejuízos econômicos e sociais quando se compra um produto pirata. Mas as entidades de combate ao mercado ilegal de produtos acreditam que falta um trabalho maior dos magistrados para um destino correto dos produtos apreendidos. Em 2005, apenas R$ 180 milhões em itens falsos foram retirados do mercado, mas o incremento é de 130% em relação ao ano anterior. No ano passado, a pirataria deixou de gerar cerca de dois milhões de empregos formais no Brasil.



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