Em Mauá, parede de quarto desaba sobre criança no Jd.
A região, mais uma vez, foi castigada pela chuva. A tempestade da madrugada de ontem causou deslizamentos em Mauá, Santo André, São Bernardo e Ribeirão Pires, além de alagamento em São Caetano. Enquanto isso, a população aguarda mapa das enchentes, prometido pelo Consórcio Intermunicipal para junho, ao custo de R$ 1,5 milhão.
No alto de morro no Jardim Zaíra, em Mauá, a parede do quarto de uma casa desabou por volta da 1h. Era o cômodo onde dormia Samara da Silva Barbosa, 8 anos, que ficou soterrada. “Ela chamou pelo avô e pela irmã, mas ninguém ouviu. Quando a irmã (que dormia em outro cômodo) levantou para ir ao banheiro, viu a situação”, contou a avó Severina Maria, 61.
No momento do acidente, a mãe da menina, a caixa de mercado Rosa Cristina da Silva Lima, 25, estava trabalhando e quem cuidava das crianças era o avô, Reginaldo Silva, 70. “Quando ele me ligou, fiquei desesperada”, disse Rosa.
A garota foi retirada dos escombros com ajuda de vizinhos e levada ao Hospital Nardini, onde ficou em observação durante a manhã. Samara teve escoriações leves e foi liberada à tarde. A casa foi interditada e a família será inserida no Programa Bolsa Aluguel, segundo a Prefeitura.
Também em Mauá, asfalto e muro de contenção na Rua João Salvador Peres Tonico, no Alto da Boa Vista, cederam. A Defesa Civil interditou 13 casas da Rua Dorival Rezende, na parte de baixo do barranco.
A residência da doméstica Maria Souza, 55, foi uma delas. A terra invadiu os fundos da cozinha, que estava em obras. “A gente não consegue nem dormir quando chove forte. A casa, mesmo com dificuldade, a gente constrói, mas e se fosse a nossa vida?”, questionou Maria.
Segundo moradores, é a quarta vez que o muro desaba. “Fazem tudo mal feito. É óbvio que não aguenta”, afirmou o aposentado Messias Dias, 57.
O volume de chuva em Mauá chegou a 90 milímetros, considerado altíssimo.
A chuva também castigou São Bernardo. Durante a madrugada, houve seis ocorrências de deslizamento nos bairros Areião, Demarchi, Jardim Lavínia e Vila São José. Nos dois últimos dias, choveu 62,67 milímetros na cidade.
Em Ribeirão Pires, deslizamento de terra na Vila Marqueza assustou moradores, mas não deixou vítimas ou danos. O maior volume de chuva ocorreu no bairro Ouro Fino Paulista – 59 milímetros.
Em São Caetano, trecho entre as avenidas Guildo Aliberti e Lions Clube ficou interditado da meia-noite até as 3h30 por conta de alagamento. Choveu 64 milímetros na cidade.
Santo André tem 14 desalojados e seis residências interditadas
Deslizamento e escorregamento de terra deixou ao menos 14 pessoas desalojadas no morro da Kibon, em Santo André. O incidente aconteceu na madrugada de ontem, após a cidade registrar fortes pancadas de chuva.
A Defesa Civil precisou interditar seis moradias do núcleo, localizadas na Rua Leões Andreense. A região foi considerada de risco em decorrência da instabilidade do terreno.
“Acordei com o vizinho gritando. Só tive tempo de soltar minha cachorra e sair correndo do barraco”, relata o pintor Itamar dos Santos Santana, 37 anos.
Sem ter para onde ir, o operador de máquina Alexandre Luiz Souza do Nascimento, 31, teve que pedir ajuda de vizinhos. “Levei meus móveis e dormi na casa de amigos daqui do bairro.”
Após verificar a situação do local, a Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Inclusão Social, forneceu encaminhamento para auxílio-aluguel aos desalojados.
De acordo com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), o maior índice pluviométrico registrado no município foi no Jardim Utinga, com 96,71 milímetros. A região, no fim de fevereiro, sofreu com pontos de alagamento. (Daniel Macário)
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.