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Iraque pede a árabes para atacar EUA em caso de ação militar
Da AFP
10/09/2002 | 11:59
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O vice-presidente iraquiano, Taha Yassin Ramadán, pediu nesta terça-feira aos árabes que ataquem os "interesses" dos Estados Unidos se os norte-americanos atacarem o Iraque.

"Apelamos às massas árabes que combatam os interesses materiais e humanos dos agressores, estejam onde estiverem", em caso de ataque norte-americano ao Iraque, declarou Ramadán em uma entrevista à imprensa, depois de um encontro com o rei Abdullah II da Jordânia.

”Trata-se de um direito legítimo (o ataque aos norte-americanos) se for levado em conta que qualquer agressão contra o Iraque será uma agressão contra a nação árabe e contra a humanidade, já que visa impor uma hegemonia e um novo colonialismo”, explicou.

Perguntado sobre se uma eventual resposta iraquiana também visaria Israel, Ramadan limitou-se a dizer: “cada coisa a seu tempo. O Iraque tem o direito de se defender e responder por todos os meios a qualquer ataque".

Durante a guerra do Golfo, em 1991, Bagdá disparou mísseis scud contra Israel. O país esperava que um ataque israelense contra seu território faria com que os países árabes entrassem no conflito, liderado pelos Estados Unidos.

Ramadan avaliou que os EUA estão tentando controlar as riquezas petrolíferas árabes. Eles “se deram conta de que esse controle não será possível se não eliminarem o Iraque”, declarou.

O vice-presidente iraquiano classificou a Grã-Bretanha como um “país subordinado" aos EUA e elogiou o presidente alemão, Gerhard Schröder, que se posicionou contra o ataque e disse que não vai “bater continência” aos norte-americanos.

Ramadán acrescentou que seu país pediu aos “Estados árabes que mantêm boas relações com a França que dialoguem com Paris para que os franceses adotem uma posição favorável ao Iraque”.

O iraquiano ironizou o mais recente informe do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IIEE), que evoca a possibilidade de uma futura produção, por parte de Bagdá, de armas de destruição maciça. “Os inspetores da ONU, que permaneceram mais de sete anos no Iraque fiscalizando cada canto do país, inclusive as mesquitas e igrejas, certamente não eram idiotas".




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