O músico Maurice Jarre, 84 anos, morreu domingo pela manhã, em Los Angeles. A causa da morte não foi anunciada. Na França, onde nasceu, as rádios imediatamente começaram a tocar ‘O Tema de Lara', de Doutor Jivago, a mais popular de suas composições.

Ao longo de sua carreira, de mais de 50 anos, Jarre compôs as trilhas de 150 filmes. Em fevereiro, o Festival de Berlim o homenageou com um Urso de Ouro especial. Ele chegou de cadeira de rodas, mas estava animado e lúcido. Lembrou as parcerias, especialmente a mais famosa, com o cineasta inglês David Lean. Para ele, fez a música de Lawrence da Arábia, Doutor Jivago, A Filha de Ryan e Passagem para a Índia. O primeiro, o segundo e o quarto lhe valeram Oscar.

Além das trilhas para cinema, compôs para teatro e balés, cantatas e óperas. Aos três Oscar e ao Urso de Ouro soma quatro Globos de Ouros, dois Bafta e outros tantos Grammys e Ascaps, o prêmio da Associação de Compositores de Hollywood.

Jarre também compôs para filmes de Alfred Hitchcock (Topázio), Luchino Visconti (Os Deuses Malditos) e outros. "Se a música está presente apenas para destacar uma cena de ação ou de amor, ela não é realmente interessante", dizia. "É como colocar açúcar demais num bolo." O compositor foi casado quatro vezes e deixou três filhos: o tecladista Jean-Michel, o roteirista Maurice e a desenhista de produção Stéphanie. Em comunicado oficial, o presidente francês Nicolas Sarkozy disse que os trabalhos de Jarre fazem parte da história do cinema para sempre.