Na última semana, grupo de 34 empresários, pequenos, em sua maioria, foi ao Porto de Santos para tornar mais palpável a experiência de exportar. Em visita ao local, foi possível conhecer um terminal de operações, onde são recebidos e despachados, aos navios, contêineres de carga vindos por via férrea ou rodoviária. A viagem foi organizada pela Prefeitura de Santo André, que oferece curso gratuito com duração de quatro meses, ministrado pelo Senac, chamado Exportação em Curso. Quem abriu seus portões foi o Grupo Libra, que possui o segundo maior operador portuário de Santos, atrás apenas do Santos Brasil.

Questionado sobre o incentivo ao comércio exterior em meio à crise econômica e em um período em que as exportações do Grande ABC registram queda de 62% frente ao mesmo período do ano passado, o secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Santo André, Charles Camargo, disse que é exatamente neste vácuo que as empresas têm de se preparar, para quando o ritmo voltar ao normal, estarem prontas para vender ao exterior.

"Se metade desses empresários conseguirem exportar, o potencial de exportação da cidade terá incremento de 40% no volume atual", estimou. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em agosto Santo André exportou US$ 51,3 milhões.

Embora a Prefeitura não divulgue quanto está sendo investido na preparação dos empresários, o secretário afirmou ser menos de R$ 100 mil. O interesse está em promover a "marca" do município. "Além disso, quanto mais nos divulgarmos mundialmente, mais empresas ficarão interessadas em se instalar aqui", defendeu Camargo. Hoje, Santo André tem 200 empresas que exportam diretamente, sem contar as que usam tradings - especializadas em enviar mercadorias ao Exterior e que muitas vezes até negociam com compradores em outros países.

Para Everton Carlos Prates, coordenador do Sax (Sistema de Apoio à Exportação), é importante que os empreendedores conheçam o porto e as operadoras para que possam pesquisar preços, prazos e condições dos operadores de logística.

Depois de mostrar suas instalações no Teval (Terminal Valongo), de 144 mil metros quadrados e com interligação a três ferrovias, o Grupo Libra realizou palestra explicando a necessidade de figuras como despachante aduaneiro, responsável pelos documentos necessários à exportação, e NVO, que cuida da logística das cargas e reserva espaço nos navios com os armadores - donos das embarcações.

Segundo André Mesquita, executivo de vendas da Libra, o grupo está interessado em constituir porto-seco no Grande ABC, possivelmente em Santo André, devido à proximidade com as rodovias Anchieta e Imigrantes e a linha do trem. Ainda é preciso saber se a lei permite, já que o operador portuário Wilson, Sons atua na cidade.