``Levando em conta a densidade populacional das áreas afetadas, acredito que podemos estar falando de entre 15 mil e 25 mil pessoas mortas sob os escombros', declarou Rangel à emissora Unión Radio.

``Há áreas de até sete metros sob a terra. Nunca vamos saber exatamente quantas pessoas morreram', acentuou Rangel.

As forças de segurança conseguiram resgatar nos últimos quatro dias cerca de 40 mil pessoas desabrigadas em localidades costeiras em conseqüência das intensas chuvas que caíram nos últimos dias em parte da Venezuela e continuam procurando vítimas do pior desastre natural do século no país.

O general reformado, Vasilis Kotoski Flores, vice-ministro da Justiça, que está coordenando parte do plano de emergência, informou que 50 helicópteros e algumas fragatas tinham partido para localidades costeiras a fim de continuar as missoes de resgate.

Centenas de voluntários estao ajudando os flagelados e a todo instante chega ajuda do exterior. A chancelaria venezuelana informou que pelo menos 25 países já tinham enviado sua colaboraçao.

Nesta segunda-feira, é esperada a chegada do general Charles Wilhelm, chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, que deveria trazer barracas e sacos plásticos para cadáveres. O governo venezuelano solicitou ao dos Estados Unidos cerca de 10 mil dessas bolsas.

O médico Arturo Contreras, que chefia a equipe que presta primeiros socorros no aeroporto internacional Simon Bolívar, convertido em centro de recepçao de sobreviventes, disse que uma das maiores preocupaçoes agora é com a possibilidade de ocorrerem surtos de diarréia entre as crianças desabrigadas.

No hospital militar improvisado no aeroporto internacional, a 25 quilômetros de Caracas, já foram atendidas cerca de 3 mil vítimas das enchentes e dos deslizamentos de lama e pedras.

O chanceler José Vicente Rangel disse nesta segunda que havia mais de 10 mil mortos em conseqüência das fortes chuvas da semana passada e as informaçoes indicam que 150 mil pessoas perderam suas casas.

Os primeiros cálculos do governo indicam que serao necessários mais de US$ 200 milhoes para os trabalhos de remoçao de escombros, reparos de estradas e cuidados com os flagelados.