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ONU anuncia avanços na luta contra a fome e a pobreza mundiais
Da AFP
03/07/2006 | 12:28
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A ONU (Organização das Nações Unidas) apresentou nesta segunda-feira o balanço da primeira metade do prazo para o cumprimento dos Objetivos do Milênio, indicando alguns "sinais animadores" do avanço no combate à fome e à pobreza, mas admitindo também que ainda há muito a ser feito, em particular na África Subsaariana.

Entre os indicadores positivos, o relatório da ONU citou redução da pobreza na Ásia, melhor freqüência nas escolas primárias, redução da mortalidade infantil, lenta e tímida promoção da mulher no mercado de trabalho, desaceleração do desmatamento e avanços nos âmbitos políticos.

Os oito Objetivos do Milênio fixados pela ONU em 2000 visam sobretudo reduzir à metade até 2015 (com relação aos anos 90) o número de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia e das que passam fome. Trata-se também de colocar na escola primária 115 milhões de crianças, de lutar com mais eficácia contra as doenças infecciosas com um aumento importante da ajuda pública ao desenvolvimento.

"Os desafios que representam estas metas são enormes", destacou o secretário-geral adjunto da ONU Jose Antonio Ocampo. "Mas há claramente sinais encorajadores". "Resta-nos um longo caminho a percorrer para cumprir as promessas feitas às gerações atuais e futuras", advertiu.

Assim, a parcela da população do terceiro mundo que vive com menos de um dólar por dia passou de 27,9% em 1990 a 19,4% em 2002 (última estatística disponível), constatou o relatório da ONU.

No entanto, na África Subsaariana, o número de pessoas na miséria aumentou de 140 milhões durante o mesmo período, apesar de o resultado parecer melhor em porcentagem da população (44% em 2002, contra 44,6% em 1990) em razão da pressão demográfica nesta parte do mundo.

Na Ásia, a parte dos muito pobres foi reduzida à metade no leste e no sudeste asiáticos, passando a respectivamente 14,1% e 7,3% em 2002 (contra 33% e 19,6% em 1990).

Na Ásia do Sul, a percentual de pessoas que sobrevivem com menos de um dólar por dia caiu de 39,4% em 1990 a 31,2% em 2002.

Pontos negativos -  Estes avanços, no entanto, "não foram rápidos o bastante para reduzir o número de pessoas que passam fome" nos países em desenvolvimento, que era de 824 milhões em 2003.

No que se refere à mortalidade infantil, apesar de uma melhora na África Subsaariana, "continua muito atrasada", com uma taxa de 168 por mil, o dobro da taxa média nos países em desenvolvimento, que melhorou (87 por mil em 2004 contra 106 em 1990).

O relatório lamenta que as meninas sejam sempre menos escolarizadas que os meninos. No mercado de trabalho, as mulheres "ganham espaço muito lentamente", e investem aos poucos nos parlamentos nacionais.

No domínio da saúde, o número de soropositivos continua aumentando no mundo (38,6 milhões ano passado, contra 36,2 milhões em 2003) e os novos casos de tuberculose estão crescendo 1% ao ano, sem contar os casos ligados à Aids.

O relatório registra os esforços dos países riscos para cancelar ou reduzir a dívida do terceiro mundo, mas também destaca que apenas cinco países (Dinamarca, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Suécia) atingiram a metade determinada pela ONU, de dedicar ao menos 0,7% do Produto Interno Bruto à ajuda ao desenvolvimento.



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