O presidente francês Jacques Chirac reiterou nesta quarta-feira o apoio ao primeiro-ministro, Dominique de Villepin, que defende um contrato de trabalho para jovens que está provocando grandes manifestações de estudantes e greves em boa parte do país.

"O presidente elogiou a vontade do primeiro-ministro de criar um diálogo social e de melhorar este contrato ao máximo e ao mesmo tempo lhe deu todo o apoio para a gestão que conduz há meses", declararam os porta-vozes do governo na saída do Conselho de ministros semanal.

O chefe de Estado francês pediu que seja reiniciado um diálogo entre os diferentes atores sociais (governo, oposição, sindicatos e movimentos estudantis) para pôr fim a esta onda de protestos.

Chirac reconheceu também que o novo CPE (Contrato de Primeiro Emprego) suscita "dúvidas e preocupações".

"O primeiro-ministro tem razão ao propor a reabertura do diálogo entre as partes. Desejo que este diálogo ocorra e confio que os atores sociais estarão de acordo comigo e mostrarão um espírito construtivo de responsabilidade, diálogo e respeito", declarou o presidente.

Na terça-feira, Chirac garantiu a Villepin, considerado por muitos o seu sucessor natural, que contava com o seu apoio e ajuda na batalha para impor o CPE, medida com a qual o governo pretende combater o desemprego.

Atualmente, 25% dos jovens franceses não conseguem trabalho, um número absurdo se comparado ao restante da Europa, mas esta medida trabalhista é vista como um meio de perpetuar a precariedade no trabalho e o poder ilimitado dos grandes diretores de empresas.

O ponto mais polêmico do CPE é que diz que o trabalhador poderá ser demitido da noite para o dia, sem explicações nem indenizações, durante um período de dois anos.

Há vários dias, os protestos contra este contrato têm provocado cenas de uma violência inusitada nas ruas da França.