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Prefeita de Andradina acusa empresa por descarrilamento
Do Diário do Grande ABC
12/07/1999 | 15:30
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A empresa americana Novoeste, que há três anos arrendou mais de 1,2 mil quilômetros de estrada de ferro da Rede Ferroviária Federal de Bauru (SP) a Corumbá (MS), ainda nao explicou as causas do descarrilamento e explosao de dois vagoes carregados com óleo diesel ocorridos no último dia 7 de julho em Andradina, a 650 quilômetros da Capital.

A prefeita municipal Edna Brito (PRP) está acusando a companhia de colocar sua cidade em risco com o transporte de cargas perigosas sem manter a conservaçao dos trilhos. As precárias condiçoes, segundo ela, foram responsáveis pelo descarrilamento da composiçao.

Para a prefeita, a perícia do maquinista evitou uma tragédia de proporçoes ilimitadas na semana passada. O trem saiu das linhas de bitola estreita quando passava pelo centro comercial e percorreu por quase um quilômetro, andando sobre pedras e dormentes. Quando as quatro locomotivas que arrastavam os 80 vagoes pararam na zona oeste do município, os tanques que transportavam combustível inflamável tombaram, caíram numa ribanceira e causaram incêndio que consumiu mais de 100 mil litros de óleo diesel e feriu quatro pessoas.

O deputado estadual Edson Gomes (PPB) visitou nesta segunda o local do acidente, onde o tráfego já foi restaurado e disse que vai solicitar do governo, explicaçoes mais detalhadas sobre o cumprimento das promessas de investimento que a empresa fez quando assumiu a administraçao da ferrovia. Segundo Gomes, tudo que se viu até agora foi o aumento de 40 para 100 no número de vagoes arrastados pelas locomotivas, enquanto a precária condiçao dos trilhos só piorou nos últimos anos. "Dormentes quebrados, trilhos soltos e gastos provocam constantes descarrilamentos", disse Gomes.

O fazendeiro Norberto Vicente, que mora em Andradina, afirmou que em sua fazenda no município de Agua Clara (MS), a Novoeste mantém um cemitério com dezenas de vagoes que todos os meses descarrilam e viram sucada. Vicente disse que nos tempos da Rede Ferroviária Federal havia troca de trilhos e dormentes. Segundo o fazendeiro, com a Novoeste a ferrovia "está se acabando dia-a-dia".

Em Bauru, a assessoria de imprensa da Novoeste informou que a privatizaçao foi realizada em julho de 96 e que em junho de 98, a administraçao do trecho foi incorporada à holding Ferropasa, a mesma que cuida da Ferronorte. Ainda conforme a mesma fonte, a nova diretoria tomou posse há menos de dez dias e ainda nao tem condiçoes de informar quais sao os planos de investimentos na conservaçao e modernizaçao da estrada.




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