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Tarantino abre contagem regressiva para 'Kill Bill'
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
20/03/2004 | 18:08
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O norte-americano Quentin Tarantino nasceu em 1963, em Knoxville, no Tennessee, e foi batizado em homenagem ao personagem Quint, interpretado por Burt Reynolds em Gunsmoke. Com 2 anos, mudou-se com a mãe para South Bay, ao sul de Los Angeles, onde permaneceu por duas décadas. Sua nova vizinhança misturava brancos e negros e, por isso, ele começou a ter acesso a variadas influências da cultura pop. A febre do kung fu já havia acabado, mas os filmes do gênero continuavam a ser exibidos em bairros de maioria negra, nas chamadas grind houses. E Tarantino assistiu a esses filmes década de 1970 adentro.

Na televisão, gostava de O Besouro Verde, com o jovem Bruce Lee como Kato, ajudante do herói mascarado do título, e passou a acompanhar também as façanhas do mestre euroasiático David Carradine como Caine, na série Kung Fu. Alguns anos depois, ampliou seu interesse pelos filmes de ação com as proezas do detetive ninja de Sonny Chiba, Hattori Hanzo, na série japonesa Shadow Warriors. Quando a nova onda do cinema de ação de Hong Kong chegou, em meados dos anos 80, Tarantino – a essa altura balconista de uma locadora de vídeos em Manhattan – foi um de seus ardorosos fãs.

A juventude como cinéfilo identifica quase todas as influências no trabalho de Tarantino: o filme de ação de Hong Kong City of Fire, por exemplo, ganhou uma citação-homenagem em seu longa de estréia, Cães de Aluguel (1992). Cães foi escrito propositadamente para ser um projeto barato: a história de um roubo, não mostrado na tela, com páginas e páginas de diálogo em um único cenário. A intenção de Tarantino, que havia criado uma espécie de escola de interpretação na locadora onde trabalhava, era que ele próprio e os colegas fizessem todos os papéis. Por sorte, o roteiro caiu nas mãos de Lawrence Bender, produtor iniciante, que fez com que surgisse um “filme de verdade”.

De um momento para o outro, Tarantino era assunto, e seus dois outros roteiros foram vendidos quase que instantaneamente: Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott; e Assassinos por Natureza (1993), por Oliver Stone. Com Pulp Fiction – Tempo de Violência (1994), Tarantino ressuscitou a carreira de um ícone dos anos 1970, John Travolta, e iniciou a parceria com Uma Thurman, repetida agora em Kill Bill. Ganhou a Palma de Ouro em Cannes, o Oscar de roteiro original e o merecido reconhecimento. Em seguida, realizou Jackie Brown (1997), que não o comprometeu, mas também não trouxe novidades. A essa altura, ele já era visto como o mais influente diretor da década.

Ator – Desde os tempos da locadora, Tarantino sonhava em ser ator. Esse era o objetivo inicial de sua carreira e, por isso, continuou interpretando em filmes dele próprio e de outros diretores. Há aparições suas em Cães de Aluguel, Pulp Fiction, Um Drink no Inferno, de Robert Rodriguez, e Garota 6, de Spike Lee. Antes de iniciar Kill Bill, participou de uma montagem da Broadway, Wait Until Dark, em 1998, e fez uma ponta num filme com Adam Sandler, Um Diabo Diferente, em 2000.




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