Nesta segunda-feira os presidentes George W. Bush, dos Estados Unidos, e Hamid Karzai, do Afeganistão, assinaram um acordo de parceria estratégica que prevê a manutenção a longo prazo das tropas americanas em território afegão. O objetivo é permanecer por mais tempo na base militar de Bagram, principal ponto norte-americano perto da capital Cabul.

O acordo também declara que os EUA terão acesso a "instalações de outros lugares identificados mutuamente" além de terem "total liberdade de ação para conduzir operações militares consideradas apropriadas" baseadas em "procedimentos pré-determinados". Porém, quando foi questionado sobre uma maior autonomia afegã no comando das missões militares, Bush respondeu que a intenção dos Estados Unidos era a de "cooperar e consultar", reforçando que o comando americano deverá consultar as decisões do comando afegão, uma vez que são "convidados" no país.

A respeito das torturas seguidas de morte, quando oito prisioneiros afegãos morreram em interrogatórios americanos no presídio de Bagram, Hamid Karzai preferiu expor sua "tristeza" sobre os acontecimentos e dizer que os atos "não representam o povo americano". Questionado sobre a possível entrega de prisioneiros, Bush declarou que, primeiramente, os questionamentos em Guantánamo têm de ser feitos e, depois, garantir que os detentos sejam presos em condições satisfatórias.

Os dois presidentes assinaram o tratado durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, sede do governo federal americano, nesta segunda-feira. Com as assinaturas, o acordo da parceria também prevê um vínculo maior da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) com o Afeganistão.