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Diadema interna dependentes
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
11/05/2001 | 19:44
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O Hospital Geral de Diadema (conhecido como Serraria) iniciou os trabalhos, há duas semanas, de uma enfermaria específica para atendimento de dependentes de drogas. O serviço, inédito na rede pública do Grande ABC por permitir a internação do paciente, tem dez leitos para internação, além de vaga para mais dez pessoas em sistema de hospital dia, indo para casa somente à noite. A enfermaria atende pacientes a partir dos 12 anos, que devem ser levados para o hospital passando antes por uma unidade da rede pública dos sete municípios da região.

A enfermaria é formada por uma equipe multidisciplinar que inclui psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e médicos clínicos. Após ser encaminhado para a enfermaria, o paciente passa por uma triagem feita pela equipe e, se for o caso, é internado em acompanhamento integral.

A criação de um departamento de psiquiatria dentro do hospital é uma exigência da Secretaria Estadual da Saúde. A utilização deste departamento para a recuperação de dependentes de drogas foi uma decisão da diretoria do hospital, que é administrado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a antiga Escola Paulista de Medicina.

No hospital criamos o departamento de psiquiatria e, como não há leito de internação na região, resolvemos optar por fazer este trabalho específico sobre os dependentes de drogas. Como temos apenas dez leitos priorizamos os usuários de cocaína e crack; sabemos que os dependentes de álcool são um problema sério também, mas temos de restringir a quantidade de leitos”, explicou o diretor do hospital, Nacime Salomão Mansur.

A equipe ainda está à espera de pacientes; atualmente, apenas um dependente está internado no hospital. Ele foi indicado pela equipe do Departamento de Psiquiatria da Unifesp. A universidade é responsável pelo Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes) que orienta os dependentes de drogas na sede da universidade e que assumiu o trabalho da enfermaria do Hospital Geral de Diadema.

Na enfermaria, os pacientes que forem internados ficarão totalmente reclusos em seus quartos, saindo apenas para participar de atividades de acompanhamento, terapias em grupo com os outros dependentes ou com seus familiares. Cada paciente fica em um quarto e deve permanecer internado o tempo que a equipe achar necessário ou que o dependente aceitar, pois só fica internado por vontade própria.

“Como ainda não temos dependentes internos, não definimos uma média de tempo necessário para a internação. Nosso único paciente internado, por exemplo, está conosco há duas semanas e deve receber alta amanhã (sábado)”, explicou o psiquiatra Sérgio Alves Lima.

Ao mesmo tempo que o paciente passa pelo tratamento, a família também é avaliada. “O paciente só tem contato com a família nestas atividades de terapia. A enfermaria trata a internação de forma rigorosa, mas o paciente só fica aqui se quiser. Quando o paciente entra no hospital, ele deve aceitar o tratamento imposto por nós, mas tem a possibilidade de deixar o tratamento a qualquer momento se não concordar com alguma coisa”, afirmou Lima.

Para ser tratada no hospital, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde de seu município e solicitar um encaminhamento para o Hospital Geral de Diadema. “Aqui só chegam os casos mais graves”, disse Mansur.




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