No país, a campanha nacional de vacinação gratuita contra a gripe em idosos só começará a partir do dia 17 de abril, com objetivo de prevenir o surto de maio. A meta é alcançar 15,2 milhões de pessoas maiores de 60 anos, normalmente os mais sensíveis à gripe, equivalente a 70% da população nessa faixa etária.
Segundo o professor titular de pneumologia da Faculdade de Medicina do ABC e pneumologista do Hospital Cristóvão da Gama, em Santo André, Elie Fiss, o surto está centrado na Região Metropolitana, mas ainda não se sabe se o vírus veio do Hemisfério Norte, nesse caso, possivelmente trazido por turistas, ou se o seu surgimento se antecipou por outra razão no hemisfério Sul.
“Nas últimas três semanas, os casos aumentaram muito. O vírus provoca dores musculares, tosse, febre e, em alguns casos, broncoespasmos”, explicou Fiss.
As UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e pronto-socorros de São Bernardo estão em alerta. Na cidade, a chegada de gripados aumentou 40% e já provoca maior espera no atendimento.
Na UBS Jardim Silvina, por exemplo, o número de atendimentos saltou de 254 para 382. “Nossos médicos nos informaram que os casos estão em maior número e mais intensos. Geralmente, o quadro clínico é febre alta, dor de cabeça, tosse e mal-estar”, disse a diretora do Departamento de Atenção Primária à Saúde, da Secretaria de Saúde de São Bernardo, Sandra Regina Passos.
Fiss recomenda aos gripados não se automedicar. Apenas analgésicos e antitérmicos são permitidos. Uma opção é a vacinação (cerca de R$ 40 em clínicas na região ou no próprio Hospital Cristóvão da Gama) contra a gripe. “A eficácia é de 70% a 90%.”
Segundo ele, a gripe é uma doença importante e deve ser tratada por um médico e não como um resfriado qualquer. “É comum ocorrer complicações como bronquite, pneumonia, sinusite e até óbito em idosos”, disse.
Levantamentos – As outras cidades da região ainda não têm dados sobre a gripe. Em Mauá, um levantamento feito com dados da semana passado no Hospital Nardini registrou um aumento de 20% no pronto-socorro. Diadema e Santo André não têm dados, mas, segundo a assessoria de imprensa de Diadema, o sistema público percebeu um aumento de demanda. As outras cidades do Grande ABC não passaram os dados.
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