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Polícia diz que fita da Estácio de Sá foi adulterada
Do Diário OnLine
14/05/2003 | 19:36
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A Universidade Estácio de Sá está sendo acusada de adulterar as imagens gravadas pelo circuito interno de segurança que flagraram o momento em que a estudante Luciana Novaes, 19 anos, foi baleada. O secretário de Segurança Pública, Anthony Garotinho, deu prazo de 24 horas para que a instituição de ensino entregue as gravações com as imagens reais da agressão.

"Se nesse prazo a universidade não entregar as fitas, iremos tomar as medidas judiciais cabíveis", afirmou. O chefe da Polícia Civil do Rio, Álvaro Lins, ameaçou entrar com um processo contra a universidade caso a adulteração não seja esclarecida.

Segundo o policial, trechos da gravação foram substituídos de forma "grosseira" por imagens repetidas, filmadas momentos antes do disparo. A adulteração acontece exatamente na hora em que a estudante é baleada.

O circuito interno da faculdade, formado por 16 câmeras, salva as imagens de forma alternada, gravando as imagens por cinco minutos e desligando o equipamento por outros cinco. Segundo Álvaro Lins, os cinco minutos que flagrariam o momento do disparo nas únicas câmeras voltadas ao local do crime foram substituídos pela gravação anterior, o que tornou a fita repetida.

Garotinho disse que "acha estranho" o fato de a universidade omitir as fitas, além de ter editado a gravação antes de entregá-la a polícia. "A universidade pode estar ocultando alguma coisa que não seja boa para a imagem dela", disse.

Nesta tarde, promotores da 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público estadual compareceram ao laboratório onde foram copiadas as fitas do circuito interno de segurança da universidade no dia em que a estudante foi baleada.

Além dos promotores Homero Neves Filho e Márcio Nobre de Almeida, também esteve no local o titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, Luiz Alberto Andrade.

A direção da Estácio de Sá afirmou que ainda não recebeu um comunicado oficial da polícia sobre a suspeita de fraude. A instituição informou que a explicação cabe à empresa de segurança responsável pelo serviço.

Mais irregularidades - No início da Noite, a Polícia Civil informou que outras duas fitas desapareceram. De acordo com os oficiais, uma delas teria as imagens do rodízio de todas as outras câmeras e poderia ajudar a desvendar de onde partiu o tiro que baleou a estudante.

Reconstituição — Na terça-feira, a polícia do Rio de Janeiro realizou a reconstituição do crime. O resultado da análise deve ser divulgado até o fim de semana. O laudo deve concluir de onde partiu o disparo que atingiu a estudante.




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