O partido VMRO-DPME, de centro direita, dirigido pelo ex-ministro da Economia Nikola Gruevski, proclamou sua vitória nas eleições legislativas desta quarta-feira, consideradas cruciais para uma futura integração do país na UE (União Européia).

O VMRO-DPME reivindicou 55 das 120 cadeiras em jogo, que lhe davam a vitória sobre a coalizão do primeiro-ministro Vlado Buckoviski.

"Nikola Gruevski é o próximo primeiro-ministro da Macedônia", declarou seu porta-voz, Vladimir Gorcev, em um encontro na capital, Skopje, após o fechamento das urnas.

Na quarta-feira à noite, o premier Vlado Buckovski admitiu sua derrota nestas legislativas, consideradas um teste da maturidade democrática do país.

"A oposição obteve mais votos e o apoio dos cidadãos", disse Buckovski, líder da SDSM (União Socialdemocrata), principal partido da coalizão multiétnica governista.

"Felicitei Nikola Gruevski por telefone", comentou Buckovski.

"Mas a principal vencedora é a Macedônia, na medida em que os cidadãos mostraram que podiam votar em eleições honestas e livres", acrescentou.

Não há registro de incidentes no dia de hoje, apesar de uma campanha eleitoral salpicada de atos de violência, principalmente no setor da Macedônia, onde os albaneses são maioria.

Em um dos incidentes mais sérios, um líder albanês, membro da DUI (União Democrática para a Integração), que faz parte da coalizão do governo, foi gravemente ferido a bala.

Durante estas eleições legislativas de um único turno, pelo menos 1,7 milhão de eleitores foram convocados às urnas para eleger seus 120 deputados entre 2.700 candidatos, sob a supervisão de 7.000 observadores, sendo 500 deles estrangeiros.

Depois da independência desta ex-república iugoslava, obtida em 1991, as eleições estiveram quase sempre marcadas por irregularidades.

Na terça-feira, o presidente macedônio, Branko Crvenkovski, pediu aos partidos políticos que fizessem o possível para que as eleições legislativas fossem "honestas e livres".

"Creio que Bruxelas nos dará uma avaliação positiva que nos permita continuar nosso caminho para a UE e a OTAN", completou.

Em 2001, o país esteve à beira da guerra civil, evitada a duras penas graças a um acordo patrocinado pela comunidade internacional e que pôs fim a sete meses de conflito entre as forças macedônias e a guerrilha separatista albanesa.