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Lei Antifumo tem 99,78% de adesão
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
06/08/2010 | 08:23
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A Lei Antifumo no Estado comemora um ano amanhã com adesão de praticamente todos os estabelecimentos fechados e de uso coletivo (99,78%), e com apoio da maioria da população. Números da Secretaria de Estado da Saúde mostram que foram realizadas 360.741 inspeções, até o dia 31 de julho, com 822 multas aplicadas. Destes números, 12.268 fiscalizações ocorreram no Grande ABC que resultaram em 25 multas. Isso representa 3% do total de autuações no Estado e descumprimento baixo (0,2 %).

Na Capital foram visitados 92.065 locais e houve 395 multas. Litoral, interior e Grande São Paulo somaram 268.676 visitas e 427 autuações. EMAlém do cigarro, a lei baniu charutos e cigarrilhas de lugares como bares, restaurantes, empresas, lanchonetes e boates. "A lei é perfeita. Quem não é fumante não deve ser obrigado a ficar em um mesmo ambiente com gente fumando. E é um incentivo a mais para quem quer deixar o vício", opinou o advogado Edson Torrente, 41 anos. Fumante desde os 13 anos, Edson consome um maço por dia - um gasto mensal com o vício que varia entre R$ 100 a R$ 140. "Tem dia que fumo até mais de um maço. Já tentei parar e não consegui, como quase todo fumante", concluiu.

Outro ambiente - Não foi somente a clientela que aprovou a nova lei. "Agora a picanha tem cheiro de picanha. Trabalhamos até com mais disposição. O ambiente é outro", disse o garçom Moisés Caldeira de Oliveira, 47, que há 30 trabalha em bares e restaurantes. Já seu colega, Valdeilson Oliveira Alves, 24, que há 13 anos trabalha como garçom, lembrou do cheiro. "Antes a gente chegava em casa com as roupas cheirando a cinzeiro. Agora melhorou muito o local de trabalho", contou.

Estudo realizado pelo Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas, em 700 estabelecimentos, constatou que houve redução de até 73,5% nos níveis de monóxido de carbono no interior desses ambientes.

Alguns locais tiveram de se adequar à nova legislação e realizar reformas. "Tivemos um gasto de uns R$ 8 mil numa reforma para ter mais mesas e criar fumódromo razoável. A maior reclamação dos fumantes é não poder fumar bebendo sua cervejinha. Por isso, fizemos um local descoberto e isolado com vidro onde é possível levar o copo", declarou Cátia Bueno, 38, gerente há dois anos de um bar no bairro Jardim, em Santo André.

Segundo ela, o movimento caiu drasticamente quando foi implantada a lei mas vem melhorando gradualmente. "Não voltou a ser o que era. Tem muito fumante que deixou de frequentar bares mais visados como o nosso. Preferem os dos bairros, onde não chega a fiscalização", observou Cátia.

Cresce fila por tratamento no Hospital Mário Covas
Aumentou a fila de espera para tratamento no Ambulatório de Combate ao Tabagismo da Faculdade de Medicina do ABC, no Hospital Estadual Mário Covas. Segundo o local, a espera antes era de 30 dias, agora o fumante interessado em parar chega a aguardar três meses.

"Em meu consultório particular houve um aumento de 20% na procura pelos tratamentos disponíveis para parar de fumar. A Lei Antifumo trouxe maior divulgação dos males causados e tratamentos disponíveis, o que gerou maior procura no consultório", explicou Adriano César Guazzelli, professor de Pneumologia e coordenador do Ambulatório no Mário Covas. Atualmente, o local tem capacidade para atender 40 pacientes, a maioria formada por quem já está internada no hospital.




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