O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou, neste sábado, que a oposição pretende, com a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios, "criar uma crise institucional artificial" com o objetivo de "paralisar o governo". Segundo o ministro, estes partidos opositores, liderados pelo PSDB, estão agindo "de forma irresponsável", apenas para "desestabilizar o governo Lula".

Dirceu ressaltou que o Congresso Nacional é soberano para decidir se aceita o pedido de abertura de uma CPI para investigar as recentes denúncias de corrupção, mas disse que ele não terá ajuda. "Não peçam o apoio do governo para uma CPI que mudou de caráter, que visa desestabilizar. Querem (o PSDB) antecipar a sucessão presidencial e criar um clima artificial no país de crise institucional", afirmou o ministro, acrescentando que a oposição nunca aceita a derrota. "Como não conseguem fazer oposição, porque o governo tem muito a mostrar do que já foi feito, querem desestabilizar o governo. Mas não vamos nos intimidar", disse.

Após classificar como "hipocrisia" os rumores de que o governo está tentando abafar uma eventual CPI das estatais, Dirceu disse que todas as medidas de investigações para punir os supostos culpados no caso dos Correios estão sendo tomadas.

Ataques – Dirceu também atacou o prefeito José Serra e o governador Geraldo Alckmin, a quem chamou de "incompetente". Segundo o ministro, o governador afirma que existe uma crise no governo federal, mas esquece que São Paulo está em crise há dez anos. "É uma vergonha. E o governador vem falar em eficiência e gestão. Eles não têm autoridade porque quase quebraram o país três vezes", afirmou Dirceu, citando os gastos do governo estadual com a Febem — cerca de R$ 5 bilhões.