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Todo dia, mais um dia…
Do Diário do Grande ABC
09/03/2016 | 09:13
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Artigo

Às 5h, quando o despertador toca, ela se levanta moída, as dores ecoam por todo corpo. Ainda é noite. Seu nome não importa; onde vive, tampouco. Vamos chamá-la de Maria, simplesmente. E imaginar seu calvário diário na Capital paulista, mesmo que ele se repita em cada canto do País, onde milhões de brasileiras dão início a mais um amargo cotidiano. Pedaços de pão e café, requentados de ontem, são engolidos às pressas. O dinheiro anda curto e ela vai deixar o filho mais novo com a vizinha. Pagá-la para cuidar do menino foi a única solução, não havia vaga para ele em nenhuma creche. Antes de sair, acorda a filha, pouco mais velha. A menina vai ficar sozinha até a chegada da perua particular que a leva para a escola, transporte gratuito, claro, não está disponível para ela.

No ponto de ônibus, enquanto aguarda o primeiro dos dois que pega para o trabalho, nossa Maria busca solução para conta que não fecha: as despesas crescem, o dinheiro acaba antes do mês, cuidar das crianças sozinha é quase impossível. Ainda se o pai ajudasse… Mas o quê, desde que se separou, por conta da violência que era obrigada a suportar silenciosamente, nunca mais viu seu rosto.  A angústia a domina durante o trajeto, quase três horas para percorrer 20 quilômetros, espremida entre alguns dos tantos que, como ela, cruzam a cidade em busca do pão de cada dia. Quando chega ao destino, haja coragem para enfrentar a jornada, sem contar toda sorte de humilhações e assédios, crimes disfarçados em gracejos, típicos de país machista por natureza e legislação frouxa.

Mas ao fim do dia, os desafios continuam. O sofrimento com o transporte é o mesmo da manhã, até pior quando chove. Há semanas, aliás, o congestionamento a fez descer do ônibus e seguir até em casa a pé. Custou-lhe pneumonia e boas horas de fila em hospital público, que, para variar, não tinha médico nem os remédios de que necessitava.   É assim que nossa heroína chega em casa, noite alta, sonhos reduzidos a pó. Mas a aguardam a comida por fazer, a louça e a roupa a serem lavadas, a casa a ser arrumada. O século 21 trouxe mais espaço profissional para as mulheres, mas não as isentou das tarefas domésticas, em dupla jornada, seis dias por semana. E, no sétimo, nada de descanso: é dia de ir à feira, comprar cada vez menos, por conta da inflação.   

São essas as Marias a homenagear hoje, donas de casa, chefes de família, trabalhadoras, mães. Brasileiras de garra e coragem, malabaristas exímias, que não perdem a esperança e se equilibram nessa corda bamba que resume a arte de tocar a vida. Que fazem, de cada vitória, o combustível para seguir em frente. E merecem todo nosso apoio para tornar seus sonhos possíveis e menores as agruras que tanto as afligem.

Marlene Campos Machado é empresária e dirigente partidária.

Palavra do leitor

Sérgio Moro
Parabéns ao extraordinário trabalho do juiz Sérgio Moro e de toda sua equipe de delegados, promotores, investigadores, Polícia Federal e outros envolvidos no processo de investigação e apuração de tudo de errado que está acontecendo no País. Peço a Deus que ilumine e dê forças a cada integrante desse valioso grupo, que luta bravamente contra muitos opositores parasitas que não querem as mudanças necessárias para poder recolocar a Nação de volta nos trilhos e no lugar que merece. Esperamos começar a escrever outra história de prosperidade, ordem e progresso no fim do processo da Operação Lava Jato. O Brasil precisa ser governado por pessoas competentes e eticamente corretas.
Mauri Fontes
Santo André

Arte imita a vida
A novela das 21h está nos estertores e o destino de Gibson, o chefe da facção criminosa, será selado. Coincidência ou não, parece que o chefe de outra facção, desta vez na vida real, terá seu destino selado em breve também.
Vanderlei A. Retondo
Santo André

Salvador
Pobre, Brasil! Para que tantos políticos? A salvação? Sérgio Moro na Presidência.
Orivaldo Lopes
São Bernardo

Origem
O pai vocifera contra Ministério Público, mídia, Polícia Federal, o juiz Sérgio Moro e todos que ousam ser contra ele. Os filhos ameaçam ‘pôr fogo’ no País se o papai for preso. E a filhinha, em protesto na frente da TV Globo, no Rio, diz não falar com a imprensa golpista, e, não negando a cepa, posa para as câmeras com gestinho ‘elegante’, próprio de botequim. O que se poderia esperar dessa ‘primorosa’ e educada família?
Aparecida Dileide Gaziolla
São Caetano

Você acredita?
Lula, Dilma e seus asseclas rejeitam com indignação os delatores e as delações. Lula disse em entrevista que os valores que recebeu de suas palestras realizadas são de fontes lícitas. Você acredita? A maioria absoluta dos brasileiros quer que seja apurado o fato de o ex-presidente, por informação dele próprio, ter recebido R$ 27 milhões pela realização de 68 palestras, o que equivale a quase R$ 400 mil cada! É necessário que seja esclarecido em que locais foram realizadas e quem teria efetuado os pagamentos por elas. Cumpre realçar que uma palestra, de pessoa renomada, não rende mais do que R$ 10 mil. E por qual razão algumas empreiteiras teriam efetuado o pagamento das viagens de Lula? Como é assaz evidente, as 68 palestras não renderam os R$ 27 milhões. De onde veio, por conseguinte, tão elevado valor? Do além? Não! Quiçá a 24ª fase da Operação da Lava Jato, batizada de Aletheia, elucidará!
Francisco Emído Carneiro
São Bernardo

Reflexão
‘Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante. Mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso.’ Bertolt Brecht. Para Lula, seus amigos, familiares e correligionários refletirem.
Luiz Nusbaum
Capital

Sem coerência
Em entrevista a canal de TV, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, critica o fato de Luiz Inácio Lula da Silva ter sido conduzido coercitivamente para depor na ala de autoridades do aeroporto de Congonhas. Diz sua excelência ‘que todos são iguais perante a lei, mas considero exagero que se faça sob vara. Se isso foi feito com cidadão que foi eleito duas vezes para a Presidência da República, o que esperar então quando cidadão qualquer for submetido a tal procedimento?’ Ora, excelência, não são todos iguais perante a lei? Ou não entendo seu Português de voz empolada ou o senhor cometeu ato falho. Coerência, excelência!
Claudio Juchem
Capital

Se acha!
Chega a ser curioso que justo na época em que os dados bancários do caseiro Francenildo foram arrombados, há dez anos, por ordem expressa do então presidente Lula, ele, seus advogados e os áulicos que o cercam acusem o Ministério Público, a Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro de terem agido à margem da lei para investigá-lo, a despeito de todas as evidências já produzidas pela ampla Operação Lava Jato. Imagina-se que ele se considere homem ‘incomum’, que não deva se submeter aos ritos do direito ao qual todos estamos sujeitos.
Marco Antonio Esteves Balbi
Rio de Janeiro
 




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