"Na adolescência, eu adorei o musical The Man of la Mancha, que vi na Broadway. Na faculdade, quando minha turma montou a peça, eu quis muito cantar o papel principal. Mas eu tinha só 20 anos e eles preferiram escalar alguém mais velho, que tinha 27", ele lembra. "Mais tarde, quando fui estudar em Boston, conheci as canções de Ravel, Don Quichotte à Dulcinée, que cantei várias vezes. Em 1978, depois de me mudar para Paris, encontrei as canções que Jacques Ibert escreveu para o filme de Pabst. Comprei também uma edição original da partitura, com uma dedicatória de Massenet, encontrada por um amigo que insistia que eu um dia cantaria a ópera", conta.
Todos esses encontros com o personagem refinaram sua percepção do papel. Mas não só. "Além do prazer de ler o romance do Cervantes diversas vezes, minhas referências ao criar o papel incluem Charlie Chaplin, que consegue uma delicadeza ao mesmo tempo em que é cômico ou trágico, e Lucille Ball, um ícone da comédia que se mantinha humana e vulnerável", ele explica. "A pantomima é uma arte essencial para o cantor de ópera, pois temos que expressar com todo o corpo o caráter essencial de um papel, enquanto atuamos com a nossa voz, deixando que a música escrita guie a nossa interpretação."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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