O Urso de Ouro do 66º Festival Internacional de Cinema de Berlim foi para Fuocoammare (Fogo no Mar), do italiano Gianfranco Rosi com seu documentário filmado em Lampedusa, onde chegam os barcos da África com migrantes saindo da Líbia.

Exibido no começo do festival, Fuocoammare tinha dividido os críticos. O documentário é sobre Samuel, garoto preocupado em fazer e usar estilingue e em dar volta de barco com seu amigo. Aparece também um mergulhador e algumas cenas submarinas. Tanto o garoto como o mergulhador mostram, argumentou Rosi no encontro com a crítica, que apesar da chegada de tantos imigrantes e da ocorrência quase diária de naufrágios e afogamentos, os habitantes de Lampedusa vivem sua vida normal.

O Urso de melhor interpretação foi para o ator Majd Mastoura, no tunisiano Hedi. O documentário, sobre a fuga de jovens apaixonados, também ganhou como melhor primeiro filme. Já o de atriz foi para a dinamarquesa Trine Dyrholm de Kollektivet (Comunidade) em trama sobre convívio.

A melhor direção é da realizadora de L’Avenir (O Futuro), Mia Hansen-Love. Conta a história de uma professora abandonada pelo marido. O especial do júri ficou com Morte em Sarajevo, de Danis Tanovic, e a produção portuguesa Balada de um Batráquio, de Leonor Teles, foi o melhor curta.

O Brasil participou da Mostra Panorama com as produções Antes o Tempo Não Acabava, Curumim e Mãe Só Há Uma, de Anna Muylaert. Este último filme foi lembrado no Teddy Awards, mostra independente do Berlinale voltada às produções com temática LGBT.

Rui Martins esteve em Berlim, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.