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IPI reduzido responde pela venda de 607 mil carros
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
29/04/2010 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros foi responsável por 20,7% das vendas de veículos durante o período que vai de janeiro a dezembro de 2009, o que correspondeu a cerca de 607 mil unidades, do total de aproximadamente 2,9 milhõe carros vendidos no período graças ao incentivo fiscal.

É o que aponta estudo feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com base em simulações estatísticas que levaram em conta histórico de vendas e variáveis de preço, crédito e renda na economia.

Dessa forma, segundo análise do instituto, os dados confirmam que a medida do governo federal cumpriu bem seu papel de ajudar a fazer frente à retração da atividade econômica, gerada pela crise financeira global.

"A política anticíclica (contra a crise) mostrou resultado", cita o técnico de planejamento e pesquisa da diretoria de estudos setoriais do instituto, Ricardo Cavalcante.

O levantamento ressalta que o IPI reduzido (em média 6,5 pontos percentuais menor) não foi o único fator favorável ao crescimento das vendas de veículos a partir do início de 2009.

Também colaborou para a recuperação do segmento a retomada nas concessões de recursos para o financiamento automotivo.

Depois do auge de aquecimento, no fim de 2007 (chegou a R$ 6,57 bilhões), o crédito foi se reduzindo em 2008, atingindo em novembro daquele ano o patamar de R$ 2,23 bilhões. A partir desse mês, voltou a exibir tendência de crescimento, alcançando R$ 6,82 bilhões em setembro de 2009.

No entanto, Cavalcante, sublinha que a diminuição de preços causada pelo estímulo fiscal foi decisiva.

Simulações feitas pelo estudo mostram que se as concessões de crédito tivessem crescido 5% mais do que foi registrado no período e não houvesse a redução do IPI, as vendas teriam crescido 8,3%.

E se houvesse essa expansão no volume de financiamento, com a diminuição do tributo, o incremento teria sido apenas 3,2% maior do que os 20,7% alcançados com o incentivo tributário.

A pesquisa aponta que existe parcela dos consumidores para os quais apenas o valor menor do carro já é suficiente para encorajar a compra. São aqueles cuja decisão de consumo é menos afetada pela renda ou pela disponibilidade de crédito e mais pelo aproveitamento de oportunidades.

CENÁRIO - Questionado se a redução do IPI continuasse, depois de 31 de março - quando o incentivo tributário foi retirado -, Cavalcante explica não teria efeito semelhante ao observado no auge da crise.

Isso porque com o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, as vendas devem crescer, sem a necessidade daquela medida, que tem reflexos nas contas públicas.




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