Para abastecer sua adega com vinhos de qualidade, o comerciante norte-americano Neal I. Rosenthal coloca o pé na estrada e garimpa rótulos em belas e distantes vinícolas. Uma dessas viagens - por cidades e vilarejos de França e Itália - ele conta no livro "Vinhos de Boutique - Artesanais, Raros e Tradicionais" (Larousse, 256 págs., R$ 39,90).

"A pergunta que me fazem com mais frequência é: ‘Como você encontra seus fornecedores?' Não existe uma resposta simples. É claro, porém, que a sorte ajuda os curiosos e persistentes", conta o autor, no livro. E haja persistência. São mais de 30 anos de atividade.

Vinhos de Boutique é uma viagem prazerosa. Por meio de texto que flui com suavidade, o autor descreve cenários maravilhosos e personagens, no mínimo, curiosos. "Quando finalmente introduziu a pipeta no barril para retirar o vinho que nos serviria, mal extraiu o suficiente para cobrir o fundo das taças. Tivemos praticamente de entrar na taça para aspirar o bouquet (...) A timidez de Jay, seu medo do julgamento do mercado pareceram encantadores naquela manhã", diz um trecho.

A cada visita, Rosenthal afirma ter encontrado produtores fabulosos, obstinados em suas opiniões. Conclui que "os vinhos expressam não só onde são produzidos, mas também as personalidades e princípios por trás deles".

Os adjetivos para descrever cada bebida são um show à parte. "Como todos os outros, Cadman não filtrava esse vinho, por isso ele tinha um caráter áspero, com um traço espumante, uma textura amanteigada e uma forte impressão para o paladar".