A maioria dos empresários integrantes da Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas) espera, para este segundo semestre, aumento das vendas ancorado na demanda interna, elevação dos investimentos e do emprego, além de expansão da economia, segundo mostra levantamento realizado com 200 associados entre os meses de maio e junho e divulgada ontem pelo presidente da entidade, Antonio Castro.

As preocupações estão concentradas principalmente na inflação e aumento de custos. Castro considera os dados de investimento uma confirmação na confiança do empresariado no horizonte a longo prazo da economia brasileira.

Dos 200 entrevistados, 72% esperam elevação nos investimentos próprios no semestre, patamar um pouco superior do que os 69,7% do primeiro semestre. "Acho que há um otimismo mais consistente", avaliou o executivo.

Outro dado da pesquisa destacado por Castro diz respeito à expectativa de aumento de vendas, que chegou a 92% das respostas na pesquisa com foco no segundo semestre, um "recorde" na série do levantamento iniciado há dez anos, ante 81,8% nas estimativas relativas ao primeiro semestre.

Além disso, a maior parte dos associados (73%) espera crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), no ano de 2010, acima da expectativa do mercado financeiro reveladas pela pesquisa Focus (em torno de 6%).

No que diz respeito à taxa de juros (Selic) o percentual dos que esperam elevação subiu de 54,5% na pesquisa com expectativas para o primeiro semestre para 96,15% no segundo semestre.

Castro admite que, se o estudo tivesse sido realizado em julho, o resultado nesse quesito seria diferente. "A linha divisória na expectativa para os juros é 30 de junho, então se a pesquisa fosse realizada depois disso, os resultados seriam diferentes", disse.

Para a inflação, 46,15% esperam elevação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no semestre, o que presidente da entidade considera patamar alto. Segundo ele, esse é o principal motivo para que 64% dos entrevistados esperem aumento de custos no período.

A taxa de câmbio, por sua vez, deverá se manter estável no atual patamar "desfavorável as exportações" para 81 % dos empresários ouvidos.

De acordo com o levantamento da Abrasca, 60% dos empresários entrevistados vão elevar as contratações no segundo semestre e 58% esperam que o Ibovespa (Índice Bovespa) chegue ao último dia de do ano em patamar acima de 70 mil pontos.