O livro 'Los Watergates Latinos', que faz um apanhado do esforço dos jornalistas investigativos latino-americanos que denunciaram casos de corrupção do México até a Argentina, foi lançado na XIX Feira do Livro de Bogotá.
Escrito pelos jornalistas colombianos Fernando Cárdenas e Jorge González, retrata as relações tensas entre a mídia e os governos de Carlos Salinas, no México; Arnoldo Alemán, na Nicarágua; Rafael Calderón e Miguel Rodríguez, na Costa Rica; Lucio Gutiérrez, no Equador; Carlos Andrés Pérez, na Venezuela; Alberto Fujimori, no Peru; e Carlos Menen, na Argentina.
"São crônicas brilhantes que podem ser lidas como capítulos de um bom romance policial. Retratam as angústias dos repórteres, a incessante caçada atrás de pistas, o acompanhamento de indícios, as manobras de ocultação e as pressões sobre a mídia", destacou, no prólogo, o jornalista colombiano Daniel Coronell.
"Folhear estas páginas é adentrar no beco escuro por onde transitaram estes jornalistas, reviver com eles as pressões, as ameaças, os atentados de que foram vítimas", concluiu.
Segundo declarações de Fernando Cárdenas, o livro é uma ferramenta indispensável para estudantes de jornalismo. "É um livro para as pessoas que querem acompanhar o jornalismo na América Latina. Conta a história, não do ponto de vista de quem ganha ou perde, mas da mídia", explicou.
Os jornalistas americanos Bob Woodward e Carl Bernstein, do Washington Post, escreveram sobre o envolvimento de funcionários do presidente Nixon no roubo da sede do Comitê Nacional Democrata, em junho de 1972, no complexo hoteleiro Watergate, em Washington.
O escândalo e a tentativa da Casa Branca de abafar a ação acabaram fazendo de Richard Nixon o primeiro presidente americano a renunciar ao mandato por escândalo, em agosto de 1974.