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Bush diz que Israel tem o direito de se defender
Da AFP
06/10/2003 | 19:25
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou, nesta segunda-feira, que Israel tem o direito de se defender, mas deve evitar ações que provoquem uma 'escalada da violência' no Oriente Médio. A declaração foi uma referência ao ataque do governo israelense, nesse domingo, a um suposto campo de treinamento da Jihad Islâmica na Síria, em retaliação ao atentado contra um restaurante em Haifa, que deixou 19 mortos no sábado.

"Israel não deve sentir-se limitado quando se trata de defender a pátria", declarou Bush durante uma entrevista coletiva junto com o presidente queniano, Mwai Kibaki, na Casa Branca. Ele destacou que "as duas partes (israelenses e palestinos) devem assumir a responsabilidade por suas ações para fazer o mapa da paz avançar".

"Para que exista um Estado Palestino, a Autoridade Palestina deve utilizar todos os meios necessários para combater o terrorismo e deter os terroristas, que tentam impedir a criação de um Estado Palestino pacífico", afirmou Bush. A advertência foi dirigida, principalmente, ao novo primeiro-ministro palestino, Ahmed Qorei, que preside um gabinete de emergência, que muitos consideram ligado a Yasser Arafat, o que faz com que Washington negue seu apoio ao governo.

Israel, por sua vez, comemorou o apoio do presidente Bush ao país. O subdiretor do ministério israelense das Relações Exteriores, Gideón Meir, parabenizou o presidente americano por seu discurso. "Comemoramos esta declaração sobre nossos direitos e em nossa defesa e, de modo geral, pela posição norte-americana no Conselho de Segurança da ONU", declarou.

O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, declarou, nesta segunda-feira, que os Estados Unidos continuam comprometidos com o 'mapa da paz', que prevê uma solução pacífica do conflito no Oriente Médio e a criação de um Estado Palestino, apesar das tensões na região.

Comunidade Internacional - A Liga Árabe acusou o governo de Israel de querer arrastar para a região uma espiral de violência, mas pediu que a Organização das Nações Unidas (ONU) avalie o caso, sem responder diretamente à incursão israelense contra a Síria.

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa, diz que após a incursão israelense, teme uma extensão do conflito entre israelenses e palestinos para outros países do Oriente. Ele exaltou a participação da ONU como fundamental no processo de paz entre os dois povos.

O Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião de emergência nesse domingo a pedido da Síria. No encontro, o embaixador da França, Jean-Marc de La Sabliere, condenou a violência, que na sua opinião consiste em ‘violação inaceitável do direito internacional e das regras de soberania’. Quase todos os 30 oradores da reunião condenaram o ataque e lembraram os riscos que esse ato representa para a região.

Os países árabes proclamaram "sua inteira solidariedade com a Síria e seu apoio a todas as medidas que o país tomar para responder a esta agressão".

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, telefonou nesta segunda-feira para seu colega sírio, Bachar al-Assad, para oferecer-lhe "o apoio total do Egito", Segundo a TV egípcia, os dois presidentes falaram "sobre as gestões iniciadas pela Síria no cenário internacional com vistas a revelar a verdade da agressão israelense, principalmente as afirmações mentirosas de Israel em relação à presença de organizações terroristas no território sírio".




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