Já a definição do PMDB quanto ao apoio à reforma é uma questão de 'autonomia partidária'. O relator declarou que não vai se intrometer na discussão. Ele calcula que todo o processo da reforma da Previdência, inclusive com a aprovação da Projeto de Emenda Constitucional (PEC) paralela, esteja encerrado até o fim do ano. Tião Viana espera também que a oposição não provoque nenhum tipo de problema. "Estranho se a oposição vier a prejudicar a tramitação da PEC paralela porque vai prejudicar a classe trabalhadora."
Nem todo o PT está unido pela aprovação da reforma previdenciária. A senadora Heloísa Helena (AL) mantém a disposição de votar contra, o que já era esperado pela liderança do partido na Casa. "O PT não fechou questão hoje, fechou há tempo. Eu tenho obrigação de votar contra e quem me ensinou a votar contra foi o PT", disse a senadora, que é integrante da chamada 'Ala Radical'.
Se Heloísa Helena afirmou que é contra a reforma, os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Serys Slhessarenko (PT-MT) seguem em cima do muro. Ambos esperam que alguns pontos da reforma sejam alterados. Caso isso não ocorra, os dois, assim como Heloísa, se posicionarão contra a base.
"Eu tenho dois grandes problemas: a paridade e as regras de transição. Fiz uma demonstração de carinho e respeito à bancada indo à reunião, mas enquanto essas duas questões não estiverem resolvidas não tenho como acompanhar a bancada no momento", disse Paim, que também é vice-presidente do Senado.
"Já conseguimos avançar em alguns pontos, como é o caso dos inativos, mas ainda acho que é possível fazer ajustes em alguns pontos, como é o caso do subteto. Estou inclinada a votar favoravelmente, mas ainda não tomei minha decisão", explicou Serys.
O relatório de Tião Viana foi lido nesta quarta-feira e já está contando prazo para ser votado no plenário do Senado. Neste mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos senadores agilidade na aprovação das reformas, principalmente da tributária.
Experiência - O Partido dos Trabalhadores já adquiriu uma certa experiência em não conquistar a unanimidade. Durante a votação, em primeiro turno, da reforma da Previdência na Câmara, os deputados petistas João Fontes (SE), Babá (PA) e Luciana Genro (RS) votaram contra a decisão do partido. Outros dez parlamentares se abstiveram.
Na votação em segundo turno, os mesmo três deputados voltaram a ir contra a determinação da legenda. No entanto, Walter Pinheiro (BA), que tinha registrado abstenção na votação anterior, votou contra a proposta.
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