Economia Titulo Seu bolso
Joia como garantia
torna crédito barato

Consumidor paga 2,40% ao mês de juros e embolsa 85%
do valor avaliado; o prazo para inicial pagar são 180 dias

Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
02/11/2011 | 07:49
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Quem tem joias pode usá-las como garantia de pagamento de um empréstimo e arcar com 2,40% ao mês de juros. Uma diferença enorme em relação a outras modalidades de crédito. “Por existir ligação emocional com os bens valiosos, o cliente tem compromisso maior de honrar com o pagamento. E, por ter mais segurança de que receberá o dinheiro que emprestou, a taxa cobrada pelo banco é menor”, explica o gerente regional de canais da Caixa Econômica Federal no Grande ABC, Fábio Secomandi.

Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, em setembro, os juros do crédito especial foram de 8,23%, e do empréstimo pessoal, de 4,47%. “O penhor é vantajoso em relação a qualquer outro empréstimo do mercado”, comenta o consultor financeiro Mauro Calil, autor do livro a Receita do Bolo.

Só a Caixa Econômica Federal oferece o crédito conhecido como penhor ou micropenhor. Com o primeiro o consumidor pode embolsar até R$ 100 mil e, com o segundo, até R$ 1.500. O interessado não precisa ser cliente do banco para ter acesso. Ele deve levar objetos de valor, como colar, pulseira, anel e relógio, que podem ser de prata, ouro ou diamante, por exemplo, até o banco. O material será analisado e pesado; a joia deve valer no mínimo R$ 50. Quem está penhorando pela primeira vez embolsa apenas 85% do valor avaliado. “Após um ano, se o cliente decidir fazer novo empréstimo, o crédito corresponderá a 130% do valor do bem”, comenta o gerente da Caixa.

Além disso, o prazo para pagar são 180 dias, mas pode ser renovado. Se após seis meses o consumidor não conseguir arcar com a dívida, poderá estender o prazo de pagamento. Mas, é claro, quanto mais tempo demorar, mais juros serão cobrados. Se quiser um segundo empréstimo, mas não tiver todo o dinheiro para pagar o primeiro, o consumidor terá de arcar com pelo menos a taxa de juros do período.

OUTROS CRÉDITOS - Existem outros créditos no mercado com taxa similar ou até menor do que o penhor, como é o caso do consignado (quando o valor é descontado direto da folha de pagamento), com taxa média de 2% ao mês. Mas o consultor Calil lembra que quem opta por usar os adereços valiosos como garantia terá menos dor de cabeça, caso não consiga quitar o empréstimo. “O consumidor não terá seu nome incluso no cadastro de devedores”, diz Calil. Por outro lado, se o consumidor tiver apresentado ao banco a casa própria o ou carro como garantia (como é o caso do Crédito Direto ao Consumidor com taxa mensal de 2,29%), a consequência será pior: o cliente poderá perder o bem. Se usar o penhor, só perderá as joias.

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Brasileiros usam modalidade de penhor só em último caso

De acordo com o consultor financeiro Mauro Calil, as pessoas só recorrem ao penhor quando estão com a corda no pescoço. “Pagando o rotativo do cartão de crédito, por exemplo, ou devendo no cheque especial”. Além disso, muitas vezes, quem recorre ao uso das joias, já esgotou as possibilidades de ter qualquer recurso emprestado pelo banco. “Ou seja, não tem mais crédito aprovado para usar”, comenta o planejador financeiro Augusto Sabóia, da Sabóia Advisors de São Paulo.

A própria cultura do brasileiro é o que impede muita gente de usar os adereços valiosos para ter empréstimo mais barato. “A imagem que se tem de quem penhora os bens da família, por exemplo, é que sua vida financeira está nas últimas”, comenta Calil. Mas contratar o crédito é benefício não apenas por ser mais vantajoso e barato que outras modalidades. O consumidor ficará com receio de perder um bem deixado por um ente querido, por exemplo, e dará novo rumo para suas finanças.

OURO - A CEF acompanha a valorização do ouro, portanto, quem deixou um bem no banco como garantia terá seu valor atualizado. Em junho a instituição aumentou em 26% o valor da joias.




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