Assim, os republicanos estabeleceram um 'comando de guerra', aberto 24 horas por dia, a poucos passos da convenção democrata, para responder com comunicados aos ataques de seus adversários políticos. "Não somos tontos a ponto de pensar que poderemos competir com os 15 mil jornalistas que vão cobrir a convenção. Mas acreditamos que temos uma oportunidade de mostrar nosso ponto de vista", disse o chefe de comunicação do Partido Republicano, Jim Dyke.

Cerca de 30 funcionários e inúmeros jovens voluntários transformaram dois andares de um edifício, a poucos metros da convenção democrata, num animado centro de trabalho. Televisores mostram diversos canais de notícias e colaboradores consultam permanentemente a Internet a fim de responderem a qualquer acusação ou declaração dos democratas.

Há também um auditório em que o presidente do partido, Ed Gillespie, e outros importantes membros dão entrevistas diárias, na intenção de “roubar” espaço da mídia dos democratas.

Dyke, um experimentado político profissional, disse que os republicanos diminuiriam a intensidade de suas operações apenas se Bill Clinton e outros dirigentes democratas disserem "a verdade" sobre Kerry. "Se Clinton dissesse que John Kerry votou a favor de aumento de impostos 350 vezes, teríamos um comportamento diferente", afirmou ele.

Os 'comandos de guerra' vêm se convertendo em artifícios regulares em corridas presidenciais, inspirados pela famosa maquinaria que ajudou Clinton a chegar à Casa Branca em 1992.

Em agosto deste ano, quando será realizada a convenção republicana, em Nova York, será a vez de os democratas se mobilizarem contra possíveis acusações e declarações dos partidários de George W. Bush.

"Há 15 mil jornalistas aqui em busca de notícias. E não há tantas notícias fortes. Os republicanos são bastante inteligentes para perceber isso", disse o colunista do jornal The Washington Post, Howard Kurtz. E ele acrescentou que "os democratas planejam fazer o mesmo".