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Região tem combustível mais barato
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
08/09/2006 | 22:07
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Se há uma coisa para o consumidor do Grande ABC comemorar é o preço do combustível. Embora seja frustrante colocar o equivalente a dezenas de reais no tanque, o preço médio para abastecer na região é menor do que o da Capital e da média do Estado.

De acordo com o levantamento da ANP (Agência Nacional de Petróleo), o preço médio da gasolina no Grande ABC no último período pesquisado (27 de agosto a 2 de setembro) era R$ 2,392 o litro. Enquanto isso, no município de São Paulo o combustível custava R$ 2,414. A diferença é de R$ 0,022. Quando se leva em consideração a média do Estado de São Paulo – R$ 2,418 – a diferença sobe para R$ 0,026.

Com o álcool a situação se repete, com mais intensidade. Enquanto entre as seis cidades da região que fazem parte do levantamento (sem Rio Grande da Serra) a média do litro do derivado de cana-de-açúcar custava R$ 1,30, na capital o motorista paga R$ 1,331, uma diferença de R$ 0,031.

Motivos – Para Roberto Rodrigues, do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABC), essa disparidade entre os preços é uma estratégia das distribuidoras de combustíveis. “O que acontece é que muitas vezes as distribuidoras fazem ações de preços menores em certas regiões”, diz.

Isso é notado pela diferença entre os preços nas distribuidoras. Enquanto no Grande ABC a gasolina custa em média R$ 2,174 para os postos, na capital os estabelecimentos pagam R$ 2,182. A mesma coisa com o álcool: no município de São Paulo o preço do derivado de cana na distribuidora é R$ 1,128 e no Grande ABC é R$ 1,119 o litro.

Adulteração – Mas Rodrigues ressalta que esse não é o único motivo. A adulteração de combustíveis, que é muito forte na região, acaba por derrubar os preços médios da gasolina e do álcool. Não só porque mais postos vendem por menor preço, mas também porque isso força os postos legítimos a cobrar menos. “Essa concorrência desleal acaba forçando o preço para baixo, já que os postos corretos, honestos, têm de diminuir seus preços para acompanhar a concorrência”, conta.

E quem sofre com isso são os postos de combustíveis da região. Enquanto a margem de ganho dos estabelecimentos da capital é R$ 0,232 para a gasolina e R$ 0,203 para o álcool, na região ficam em média R$ 0,218 e R$ 0,181, respectivamente. Esse valor é a diferença entre o preço que o posto paga na compra do combustível e o que ele cobra na bomba. Nessa margem entram, além do lucro, todos os custos que o estabelecimento tem (como luz, água, aluguel e impostos não embutidos no preço do combustível).



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