Um dos motivos, de acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sincofarma), Pedro Zidói, atualmente é a nova exigência de que eles tenham embalagem com a letra “g” que torna claro que se trata de um genérico. “Cerca de 70% dos estoques estão com embalagens anteriores, e os fabricantes estão demorando para trocá-las”, afirmou. Outro fator, na sua avaliação, é que os médicos ainda não costumam receitá-los, preferindo colocar o nome dos de marca.
O fato de esses itens gerarem menor margem por unidade, para Zidói, não significa muito. “Esse é um produto que veio para ficar. O comércio não está tendo prejuízo com o genérico”, afirmou. De acordo com estimativa da associação, esses produtos representam apenas 3% do faturamento total. “Mas no prazo de dois anos deverá representar 20%.” Na Grande São Paulo, de acordo com a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que representa as grandes redes, esse porcentual já é de 7,45% das vendas.
Segundo Zidói, o grande beneficiado é o consumidor, que pôde com esses item manter o tratamento devido ao preço mais em conta. Com isso, as farmácias ganham no giro desses produtos, segundo o dirigente. Ele disse que as pessoas estão migrando para os genéricos.
Foi o caso da dona de casa Dozolina Toniolli, 79 anos, de Santo André. “Eu prefiro, é bem mais barato.” Até recentemente, o remédio que ela adquiria todo mês para seu tratamento do coração era de marca. Com a descoberta do genérico, passou a economizar quase a metade do preço que pagava antes. “É bom para a gente. Sou pensionista do meu marido, que é falecido.”
Uma medida estudada pelo governo com o sindicato pode ajudar o setor, que neste ano deve obter o mesmo faturamento de 2000, segundo Zidói. “O governo estuda um cartão SUS (Sistema Único de Saúde) para a pessoa retirar o remédio na farmácia. Em vez de o doente buscar nos postos de saúde, que fecham em feriados, poderá retirar nas farmácias que se inscreverem.”
Aumento – A partir do próximo dia 9, os medicamentos estarão mais caros. O reajuste médio para o consumidor será de 2,86% para remédios de uso continuado e antibióticos e 2,97% para os outros. A alta foi autorizada pela Câmara de Medicamentos, que considerou a desvalorização do real de 40% frente ao dólar neste ano. A indústria reivindicava reajuste médio de 11,6%.
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