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História alfabetiza em Diadema
Nicolas Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
20/10/2001 | 18:31
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A rede municipal de ensino de Diadema põe em prática este mês um projeto de apoio à alfabetização de crianças, adolescentes e adultos com base em elementos da história da cidade, que vem sendo montado há quatro anos. A iniciativa, parceria entre Prefeitura, USP (Universidade de São Paulo) e Fapesp (Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), irá atender às 44 escolas da cidade e 50 mil estudantes do ensino infantil, alunos do Mova (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos) e Seja (Serviço de Educação de Jovens e Adultos). Cada uma delas receberá um kit com um CD-ROM, mapas e plantas da cidade, fita de vídeo, dois livros e um manual de procedimentos para o professor. Segundo a Prefeitura de Diadema, até o fim do mês todas as escolas terão recebido o material.

O projeto História Local nos Processos de Alfabetização de Crianças, Jovens e Adultos foi desenvolvido ao longo de cinco anos e incluiu, além da pesquisa da história da cidade, um estudo sobre a importância desta para a alfabetização e o aprendizado. Envolveu professores e diretoras de escolas municipais, historiadores do Centro de Memória de Diadema e do Departamento de História da USP.

“Nossa proposta segue a orientação do educador Paulo Freire, que analisava a importância do cotidiano do aluno para o seu aprendizado”, disse a professora de história contemporânea da USP Zilda Yokoi, coordenadora do projeto.

São dois os livros de ficção que fazem parte do material: Venturas e Aventuras do Menino Diadorim e Venturas e Aventuras do Diadorim – o primeiro voltado para crianças e jovens e o segundo, para os adultos. Ambos apresentam o personagem Diadorim (cujo nome foi retirado do romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa) em vivência de situações da história de Diadema, desde a época em que a cidade fazia parte de São Bernardo até episódios recentes, como o fechamento do Lixão do Alvarenga (no qual famílias carentes catavam lixo para sobreviver).

O projeto foi testado nos últimos quatro anos em sete escolas da cidade. Testes com os alunos eram feitos periodicamente, com a finalidade de corrigir falhas. Após essa fase, foi iniciado o treinamento de 1,2 mil professores da rede municipal.

“O projeto não tem intenção de servir como única base para a alfabetização, mas, sim, apoiar o processo de alfabetização e permitir ao professor usar o material como estímulo ao aprendizado dos estudantes”, disse o assessor da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer de Diadema, I-Juca-Pirama Camargo Gil.

Início – A Prefeitura de Diadema solicitou à USP a produção de materiais didáticos para alfabetização e, como resultado, foi desenvolvido um trabalho conjunto. A Fapesp entrou com bolsas de estudo para os professores participantes.




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