Os cerca de 1.400 trabalhadores da CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), sediada em Ribeirão Pires, entraram em greve por tempo indeterminado.

A paralisação, iniciada na terça-feira, ocorreu, segundo o Sindicato dos Químicos do ABC, devido ao impasse nas negociações salariais. Na pauta de reivindicações dos empregados constam 10% de reajuste, abono de R$ 500, aumento no tíquete refeição para R$ 111 e redução da jornada para 40 horas semanais (hoje são 44 horas) sem diminuição de salários, entre outros pontos.

Durante reuniões com a direção da fabricante de armas e munição no final de novembro, a entidade dos trabalhadores informou que a companhia só aceitou oferecer o abono, aumentar o vale-refeição e a oferta de 1% acima do acordado em convenção coletiva (4,5% da reposição da inflação mais 1,5% de aumento real) - o que daria 7% de aumento.

O diretor do sindicato e coordenador da Regional de Santo André, Paulo José dos Santos, afirmou que a indústria se dispôs a pagar os dias parados caso os empregados voltassem ao trabalho, mas deu entrada na Justiça do Trabalho para o julgamento da legalidade da greve.

A CBC tem filial no Rio Grande do Sul e se internacionalizou nos últimos anos. Adquiriu indústrias do ramo na Alemanha e na República Tcheca.

Com isso, a avaliação do sindicato é de que a companhia teria condições de melhorar sua proposta. Procurada pelo Diário, a empresa não retornou as ligações para falar sobre o assunto.