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Carter sai em original e remake
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
04/06/2001 | 18:54
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Vão longe os bons tempos do grandalhão Silvester Stallone. Quando, por exemplo, a série Rocky faturava milhões de dólares nas bilheterias de todo o mundo. Seus últimos filmes foram um fracasso. No mais recente, o remake O Implacável (Get Carter, EUA, 2000), de Stephen Kay, que chega às locadoras nesta segunda em VHS e DVD, Stallone mistura ação, violência e jogatina com frases de efeito. O resultado, lógico, é patético.

O melhor da história é que a Warner Home Video lança simultaneamente o original Carter – O Vingador (1971), de Mike Hodges, com Michael Caine no papel principal. É uma produção inglesa bem mais convincente que seu remake, que como todo bom filme policial, traz gangsteres, assassinatos, investigações e perseguições.

Jack Carter é um cara durão que trabalha como cobrador de um agiota de Los Angeles. Ao receber a notícia da morte do irmão, ele viaja a Newcastle para o funeral. Mas logo percebe que alguma coisa está estranha. O modo como o rapaz morreu pouco tem a ver com o estilo de vida que ele levava e Carter passa a desconfiar que o irmão tenha sido assassinado. A busca pelos culpados começa por um antigo rival, o mafioso Cyril Kinner (John Osborne).

Em O Implacável, o argumento é o mesmo. Acrescenta-se aí um pouco de pieguices com a relação de Carter com a cunhada, Glória (Miranda Richardson), e com a sobrinha adolescente e revoltada, Doreen (Rachel Leight Cook). E também uns quilos extras e muitas rugas ao ex-sarado Stallone.

Aqui, o inimigo de Carter é Cyrus Paice, papel de Mickey Rourke, galã de 9 1/2 Semanas de Amor e ex-lutador de boxe que parece ter saído do último round de uma luta. Para piorar, Paice ainda mantém negócios ilícitos com um empresário da informática, Jeremy Kinnear (Alan Cumming), que promove festinhas de arrepiar. Envolvido na sujeira, ainda aparece o ex-patrão do irmão morto, Cliff Brumby, vivido por Michael Caine, o próprio Carter do original.

Nessa nova versão, o Carter de Stallone investiga incansavelmente sem chegar a lugar algum. A rede de intrigas aumenta com Eddie (Johnny Strong), colega de trabalho da vítima, e Geraldine (Rhona Mitra), amante do mesmo. Nos intervalos, Carter se aproxima da sobrinha e tenta dar uma de pai. Quem sofre é o público, com a pseudofilosofia do brutamontes.

A diferença do nível de interpretação entre os protagonistas do original e do remake é gritante, mas há outro fator essencial para compará-los. No caso, o diretor inglês Mike Hodges, que consegue renovar o estilo noir e filmar um bom policial. Já Kay, quase um estreante, preferiu um filme comercial e pirotécnico, já que não tinha muito a dizer ao público.




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