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Roma pode comprar o Caxias, do Rio Grande do Sul
Do Diário do Grande ABC
04/02/2000 | 18:33
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A Roma poderá adquirir o Caxias, o que seria a primeira compra do controle de um clube brasileiro por um estrangeiro. O negócio deverá ser fechado ainda neste mês conforme o vice-presidente do clube gaúcho, Marcus Vinícius Caberlon. "Está praticamente concretizado", disse Caberlon. Nos próximos dias, o Caxias será transformado em sociedade anônima e, depois, a Roma adquirirá, provavelmente, 51% das açoes. Se for assim, o negócio alcançará até US$ 8 milhoes.

A Roma também poderá optar por ficar com 49%, hipótese em que o controle permaneceria com a direçao caxiense. "Ainda em fevereiro, o presidente da Roma, Francesco Sensi, virá ao Brasil para firmar o contrato", garantiu Caberlon. O acordo vem sendo alinhavado há seis meses com o advogado Cristóvao Colombo, representante da Roma da América Latina, com quem já foi assinado um protocolo.

Pólo para formar jogadores - O principal interesse da Roma, segundo Caberlon, é implantar um grande pólo de formaçao de jogadores em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, atraindo jovens nao só do Brasil mas também de outros países. "Temos 60 hectares, o Ninho do Falcao, onde construiremos um centro de treinamento", explicou o dirigente.

Atualmente, o Caxias, através de convênio com outro clube italiano, a Inter, de Milao, trabalha com 800 crianças, garimpando talentos. Fechado o acordo com a Roma, o convênio com a Inter será rompido - precisa ser renovado anualmente. "Poderemos passar de 800 para até 2000 crianças", projetou.

Formados em Caxias do Sul, os jogadores seriam aproveitados pela Roma que igualmente teria um percentual nos negócios envolvendo seus passes. O Caxias também poderia usá-los reforçando seu grupo para disputas regionais e nacionais, e enfrentando melhor seu rival histórico, o Juventude, da mesma cidade. Uma das forças tradicionais do futebol gaúcho, o Caxias é dono do terceiro maior estádio do Rio Grande do Sul, o Centenário, com capacidade para 30,8 mil torcedores.

Crise financeira - "O que podemos adiantar é que o Caxias nao se transformará em uma nova Roma", assegurou o vice-presidente. "Vamos permanecer com o nosso nome, as nossas cores, a nossa marca", exemplificou. "Será uma parceria na qual a Roma terá ou nao o controle do clube", comentou. "Ainda estamos discutindo este ponto", notou.

Seria uma soluçao para o Caxias que vive uma crise financeira - os salários de dezembro de jogadores e funcionários ainda nao foram pagos - depois que sua parceria com o banco Bozano Simonsen fracassou.

No mês passado, o Bozano Simonsen foi adquirido pelo grupo espanhol Santander, que nao demonstrou interesse de investir em futebol. Até o dia 14, o conselho deliberativo do Caxias deverá aprovar a negociaçao. "Na semana passada, fizemos uma reuniao informal com 70 dos 80 conselheiros aptos a votar e a aprovaçao foi por unanimidade", observou Caberlon. Internacional continua negociando O Internacional planeja fechar uma parceria, mas de outro tipo.

Quatro consórcios - Octagon/Koch Tavares, All-E, Top Sport e HTMF - poderao acertar com o clube. O contato mais recente foi com a Octagon/Koch Tavares. O diretor da empresa Fernando Silva reuniu-se durante duas horas, na quinta-feira, com o presidente do clube, Jarbas Lima, e outros integrantes da diretoria.

Mas a assessoria do Inter afiançou nesta sexta-feira que nao existe ainda nenhuma definiçao sobre qual o parceiro que o clube do Beira-Rio escolherá. Adiantou que, para qualquer definiçao, o Inter continua dependendo do final da auditoria contábil que está levantando as contas coloradas. A auditoria deverá ser concluída neste mês.




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