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Johnson Controls prevê redução no faturamento
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
03/08/2002 | 19:42
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O diretor de operações da Johnson Controls na América do Sul, Gerson Mella, acredita que as vendas da empresa – uma das maiores fornecedoras da indústria automobilística mundial – deverão encolher 15% neste ano no Brasil e na Argentina, em função da retração das vendas no mercado interno brasileiro e da crise na Argentina. A projeção já considera os recentes acordos de exportação comemorados pelas montadoras e pelo governo. “A queda só não será maior justamente por causa destes acordos com o México e Chile.” Apesar do momento negativo, a empresa mantém os programas de investimentos previstos em novos projetos, como o veículo da GM conhecido pelo código 4316, próximo do lançamento. Neste ano, a empresa deverá desembolsar US$ 5 milhões e prevê mais US$ 2,9 milhões em 2003.

Mella afirmou que a Johnson Controls reviu suas projeções para este ano em junho e foi forçada a demitir para ajustar o quadro de pessoal aos volumes de produção previstos para este ano. Agora ele reconhece que poderá ter de apelar mais uma vez para o mesmo recurso. “Se os volumes despencarem ainda mais, vamos ter de rever os números.”

A Johnson Controls tem uma planta em Santo André que atende principalmente à GM de São Caetano. Mella afirmou que, com a eliminação de um turno de trabalho na montadora a partir de agosto, a fabricante de bancos poderá ter de voltar a cortar pessoal. “Ficamos meio inseguros, porque não sabemos o que vai acontecer.” Os cerca de 120 funcionários da planta de Santo André produzem bancos para a linha do Corsa (versão antiga), Astra e Vectra. O Corsa representa 60% do mix de montagem da unidade, mas há informações, não confirmadas pela montadora, de que a produção será transferida para a Argentina. Mella não sabe o destino do Corsa, mas confia na manutenção do nível de atividade no Grande ABC. “A GM planeja outro carro. Ao que tudo indica, este novo veículo provavelmente será feito em São Caetano.”

A Johnsons Controls tem uma unidade também em São Bernardo, onde produz os bancos do Polo, fabricados pela Volkswagen Anchieta. Mella afirmou que o volume de produção ainda é baixo, mas conta com a entrada de um novo negócio junto à montadora. A fábrica também atende à Ford, para equipar interiores dos caminhões e dos modelos Fiesta Street, além de produzir apoios de cabeça para todos os veículos GM e Ford do país.

Santo André e São Bernardo são duas das cinco fábricas da Johnson Controls no Brasil. A empresa tem unidades também em São José dos Campos (SP), para atender à GM e à Volkswagen. “Não temos dúvida de que em São José teremos de reduzir algo por causa da passagem do Gol para a concorrência”, disse Mella.

Em Minas Gerais, a fábrica de Pouso Alegre abastece todas as outras. Juiz de Fora atende exclusivamente à Mercedes-Benz. Em Curitiba (PR), abastece a fábrica de Audi e Golf de São José dos Pinhais. A empresa tem ainda duas fábricas na Argentina.




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