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Indústria de fundição eleva vendas em 30%
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
28/09/2005 | 08:29
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A valorização do real frente ao dólar e a escalada da taxa de juros não impediram que a indústria de fundição aumentasse as vendas em 30% e as exportações em 16,5% nos primeiros oito meses de 2005. Fortemente ligado à indústria automotiva e com 46 empresas instaladas no Grande ABC, o setor vive a continuidade da expansão experimentada em 2004, quando teve crescimento de 45% em relação ao ano anterior.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela Abifa (Associação Brasileira de Fundição) durante a abertura da Feira Sul-Americana de Fundição, que acontece até o dia 30 na capital paulista e reúne mais de 300 expositores. Duas empresas com unidades no Grande ABC participam do evento: Fundição Tupy e Metal 2.

A indústria de fundição deve alcançar em 2005 um faturamento de US$ 5 bilhões - US$ 1 bilhão só em exportações -, segundo a Abifa. As vendas externas do setor, aliás, têm registrado crescimento médio de 10,5% nos últimos 24 anos.

"O setor como um todo vive um momento de boas expectativas. A indústria de fundição não fabrica produtos de prateleira, e sim por encomenda, com um desenvolvimento específico por produto e contratos de fornecimento de longo prazo. A questão cambial e outras variantes pesam na nossa indústria, mas o aquecimento do mercado supera boa parte desses problemas", afirmou Luiz Carlos Koch, presidente da Abifa.

A produção do setor é diversificada, e conta com peças fundidas de materiais como alumínio, aço, ferro e ligas metálicas. No caso das fundições que atendem a indústria automotiva, os produtos finais podem ser blocos para motores, peças para volantes e freios, entre outros.

Luiz Almeida, gerente industrial da Metal 2, empresa com sede em Santo André, reconhece o bom momento do mercado, especialmente para as empresas que produzem peças para veículos pesados, um segmento que tem mantido taxas estáveis de crescimento.

"Estamos em um mercado em ascensão. Produzimos para um setor que vem sinalizando um crescimento consolidado, o que nos encoraja a investir em produção e esperar bons resultados", afirmou. Segundo Almeida, entre 80% a 90% da produção da Metal 2 (2,8 mil toneladas por ano) é destinada a veículos pesados, e cerca de 10% das vendas da empresa são destinadas ao exterior.

Mesmo não impedindo o crescimento da indústria de fundição, o real valorizado pesou na realização de negócios com o exterior, na avaliação de Fernando Cestari de Rizzo, diretor de Vendas e Marketing da Fundição Tupy, com unidade em Mauá, que espera alta de 20% no faturamento de 2005 - em 2004 foi de R$ 1,467 bilhão.

"Tivemos que tentar renegociar alguns contratos com o exterior, com um sucesso parcial nessa tarefa. Hoje, tentamos manter uma carteira balanceada de vendas", afirmou Rizzo.




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