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Vigilante morto na Febem é enterrado
05/11/2000 | 21:00
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Foi enterrado neste domingo em Diadema o vigilante Antônio Souza Alencar, morto a golpes de estilete durante a rebeliao na unidade Parelheiros da Fundaçao Estadual para o Bem-Estar do Menor. Alencar, 39 anos, deixou dois filhos. Nao havia representantes da Febem nem da empresa Entel, para a qual Alencar trabalhava, no enterro. A viúva do vigilante, Maria Leandro de Lima Alencar, 39 anos, estava revoltada. "Antes eu sentia pena dos internos. Agora quero justiça", disse ela.

Maria contou que seu marido trabalhava na Febem havia 15 dias e morreu porque nao recebeu treinamento adequado. "Ele estava desarmado e se perdeu nos corredores, porque nao sabia onde era a saída."

Alencar foi encurralado pelos menores no refeitório. Um amigo de Alencar, que nao quis se identificar, afirmou que "ele tinha preparo para ser porteiro, nao para trabalhar naquele barril de pólvora." Os dois filhos do homem assassinado estavam no enterro. Glédson, 18 anos, desmaiou várias vezes. D., 13, nao conseguiu aproximar-se do caixao. O rosto de Alencar estava desfigurado.

O presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Cláudio Augusto Vieira da Silva, classificou neste domingo, em Brasília, como "um fato lamentável" a rebeliao na Unidade Parelheiros.

Segundo o presidente do Conanda, no fim de setembro o conselho apresentou ao governo paulista caminhos para evitar a repetiçao de problemas como o ocorrido em Parelheiros. "Infelizmente o secretário e a direçao da Febem nao deram importância", alegou Silva. Para ele, "a situaçao é grave, porque o modelo de atendimento adotado para a Febem é inadequado e ultrapassado."




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